Megan Scott
— Regras?! — A boca de Adam se retorceu em uma risada. — Isso é sério é sério, quatro olhos?
—E por que não seria? Eu não confio em você Adam Cameron, e o que vamos fazer aqui é estritamente profissional. Por isso, haverá uma lista de regras sim!
— Eu não concordo! — ele arquejou enquanto se sentava na cadeira ao meu lado. — Isso é frescura sua.
—Não, isso são negócios. —Eu destampei a caneta e escrevi em um papel “regras” com uma letra bem grande no alto de uma folha do caderno, um pouco abaixo completei com “namoro falso” em tamanho menos— caso não esteja de acordo capitão, pode procurar outra garota para pôr seu plano em prática. Que tal aquela que estava se esfregando em você ontem na lanchonete da escola? Acho que ela aceitaria virar sua namorada de graça.
Adam revirou os olhos, bufando.
Peguei meu caderno e a caneta, me sentei à mesa com Adam me observando como se eu estivesse prestes a assinar um contrato de guerra.
— Tá pronta para escrever esse tratado da ONU aí, quatro olhos? — ele debochou, reclinando-se na cadeira com aquele sorriso irritante.
— Isso aqui é para garantir minha sanidade mental. E que você não transforme minha vida num reality show, Cameron — retruquei afiada.
Mostrei a língua enquanto anotava a regra número um e lia em voz alta:
— Proibido beijar sem ter ninguém olhando.
Beijos só em público e quando for extremamente necessário para manter o teatro. Nada de "escapou" ou "foi no impulso". Eu sei muito bem o que você anda pensando, Cameron.Adam riu, passando a mão pelo queixo.
— Mal comecei e já fui julgado por pensamentos que nem tive.
— Teve sim, está na sua cara — respondi sem olhar.
—Você é uma ditadora mesmo, quatro olhos— ele murmurou enquanto se recostava na cadeira com os braços cruzados.
—"Sem envolver família”. Nada de conhecer minha mãe, meu pai, minha avó, meu gato. Também não quero saber como é o nome da sua tia favorita. A vida pessoal de verdade fica fora desse teatro.
— É justo. —Adam responde sério.
Tornei a empunhar a caneta e escrever a regra número três:
— Regra número três: “Proibido sentir ciúmes de verdade”. Fingir ciúmes em público? Pode. Atacar alguém por olhar pra mim ou me dar sermão depois? Nem pensar. Isso aqui não é novela mexicana.
—Pode ficar tranquila, só se sente ciúmes de quem se gosta— Adam resmungou— e isso minha querida quatro olhos pode ter certeza de que o que você sente por mim é recíproco.
—Que bom—dei de ombros— Agora pode acrescentar alguma regra que você queira.
—Ela vai me deixar opinar, isso é inacreditável—Coloca aí “é obrigatório acompanhar nas festas e jogos de hóquei”.
—O que??! Mas, você e seus amigos saem todo fim de semana, eu não tenho dinheiro para isso não. Não sou uma riquinha igual a vocês, se esqueceu?
— Sem problemas, eu custeio suas saídas. —Adam me deu uma piscadela marota.
Eu não retruquei, apenas escrevi.
— Próxima— “É obrigatório ser uma namorada carinhosa”
—Desde que estejamos na frente de pessoas—eu completei com cara fechada.
Escrevi com letras bem grandes e virei o papel para Adma ler:
“É PROIBIDO SE APAIXONAR”
—HAHAHHAAHA— ele se inclinou com mão na barriga— essa foi boa, sério mesmo é a melhor de todas!
— Estou falando sério seu babaca— cruzei meus braços— não quero que se apaixone por mim.
— E quanto a você? Quem garante que não irá cair de amores por mim? até onde sei, eu sou o “conquistador” de corações por aqui, sem ofensas.
—Pode ficar tranquilo, Cameron, você não faz meu tipo— eu aponte para minha cabeça— prefiro os garotos que tenha cérebro e com senso ao invés dos cabeças de vento que só pensam em mulheres e farra.
Ele parou sério e me encarou.
—Você não se importa em ofender as pessoas, não é mesmo?!
— Você acabou de me chamar de feia— retruquei.
—Eu não te chamei de feia, eu só... esquece—ele revirou os olhos e voltou a recostar na cadeira. — Mais alguma coisa senhora ditadora?
Encarei a lista, analisando.
— Precisamos uma data para o fim do namoro falso.
— Essa é fácil, a gente vai terminar depois do baile de primavera, no fim da temporada daqui a 5 meses.
— Ok— me inclinei e escrevi a data no papel— acho que é isso— fiz dois riscos assinei meu nome e estendi o papel para Adam assinar.
Adam pegou o papel e assinou seu nome. Um sorriso brincou em seus lábios assanhados.