Adam Cameron
São três horas em ponto e eu estou esperando a quatro olhos na biblioteca.
Não que eu estivesse com medo da ameaça que ela me fez na hora do almoço. Mas queria fazer uma trégua com a nerd quatro olhos para propor o que eu tinha em mente.
Ela adentra o cômodo, linda, gostosa do caralho, numa calça jeans apertada e um moletom largo cinza. O cabelo ainda estava solto, o que significava que hoje está estava calma.
Fiquei parado no meio da sala uma das sobrancelhas erguidas conforme ela se aproximava. Simplesmente não consegui me mover, meus pés plantados no chão até que ela me alcançou, as bochechas coradas ou pelo frio ou pela vergonha.
— Será que podemos começar? — o tom de voz era tímido.
—Como você quiser Megan! — pronuncio o nome com um sorrisinho no rosto para ver se amansava a nerd gostosa.
As bochechas dela ganharam um tom adorável de rosa e eu achei isso adorável.
Tentei me esforçar ao máximo na aula. E confesso que até que aprendi algo com minha atenção voltada para a aula.
— Até que hoje a aula rendeu Cameron! — ela sorri, acho que vamos embora mais cedo. — Está dispensado por hoje.
— Estava inspirado hoje.
Ela começa a guardar os materiais e cadernos na mochila.
— Megan.... você vai para casa agora? Posso te dar uma carona... — falo bem baixinho com meu melhor sorriso.
—Não precisa, eu moro aqui perto. — Ela fala sem graça, acho que não esperava que eu fosse gentil.
—Faço questão. Eu já estou de saída mesmo. —Estalei a língua no céu da boca e vi que ela não fez objeção.
Saímos da biblioteca em direção ao estacionamento.
No caminho fomos em silêncio. Ela apenas me guiava até seu apartamento que sei que ela dividi com a amiga ruiva.
Enquanto dirigia até a casa de Megan minha cabeça ia arquitetando inúmeras formas com que ela cedesse e colaborasse com meu plano. Eu só precisava apelar para seu lado sentimental, com certeza ela tinha um.
Quer dizer, todo ser humano tem, não é mesmo? Com certeza deveria haver um coração embaixo daquela casca grossa que vice na defensiva.
Megan mora no complexo de moradia estudantil para garotas Housing Day de Harvard.
Estacionei o carro e a quatro olhos pulou do carro com uma velocidade incrível pegando a mochila e me dando um tchau na velocidade da luz.
Nem deu tempo de falar o que queria com ela. Fiquei ali, pensando se deveria ir atrás dela.
Mas eu precisava resolver a questão da namorada e ela seria minha melhor alternativa. Ela era perfeita para o cargo. Ela me odiava e isso era perfeito, pois poderia fazer o acordo com ela sem ter envolvimento. Tinha certeza de que durante o processo e após ela não se apegaria a mim.
Liguei para sua amiga ruiva, Ryan tinha o contato dela, e consegui arrancar o número do apartamento alegando que precisava muito da ajuda da nerd para uma tarefa em química e que só ela poderia me salvar.
Subi as escadas até a porta e respirei fundo e toquei a campainha.
De início nada aconteceu, mas sabia que ela estava em casa então toquei de novo.
—EU JÁ VOU! — ela berrou lá de dentro, na mesma hora me arrependi e pense em correr e voltar depois, mas o som da tranca fez meus pés ficarem no chão. A porta se abriu e revelou uma garota com a cara fechada— Será que você não sabe esp... — Ela se espantou em me ver ali. — Que diabos você está fazendo aqui Cameron?
Seus olhos voltaram a faiscar em puro ódio, me fazendo sentir a imensa vontade de me enfiar no carro e sair correndo dali.
Engoli em seco, procurando as palavras que sumiram da minha boca.
—Não vai falar nada não? Eu tenho mais o que fazer se não percebeu. —Ela resmungou, se virando de costas e fechando a porta, mas estique a mão e a segurei.
—Ahn... eu queria falar com você.... — Balbuciei.
— Eu sabia que a pontualidade de hoje, a atenção que você deu para a aula e você me chamando pelo meu nome e não por quatro olhos ou nerd, tinha um preço! —Ela fala bufando.
Ok, isso era novidade. Não gosto de ficar contando vantagem sobre as coisas, mas tenho que admitir que faço sucesso com a garotas e que geralmente elas adoram o fato de eu dever favor para elas.
E Megan Scott parecia que iriam me fuzilar agora.
—Calma.... não tem nada a haver. — Tento justificar. —Eu estava concentrado mesmo na aula.
—Fala Cameron, o que você quer? — ela fala sem paciência
—Na verdade eu tenho uma proposta para você— a julgar pela sua expressão, eu havia pegado de surpresa. — Preciso que me ajude com uma coisa muito importante para mim.
— Não vou aumentar as aulas e nem fazer seu tema de química, se vira com a sua dificuldade.
—Não é química— eu me expliquei, fazendo com que ela franzisse o cenho. —É... que é meio complicado, será que posso entrar para conversamos com mais calma?
— Não.
—Você vai me deixar plantado aqui na sua porta? — indaguei.
— Eu não te chamei para vir aqui. —Ela respondeu com rispidez. — Falando nisso com quem conseguiu meu endereço?
Dei um passo para trás, me segundo ao máximo para não entregar sua amiga e tirar o foco de sua raiva de mim.
—Eu... só falo se me deixar entrar— despejei. Ela cruzou os braços com um semblante inflexível. — Além do mais, está um frio danado aqui fora e não é justo eu ficar aqui fora enquanto você está ai dentro quentinha.
— Vá se esquenta na sua casa, seu babaca! — ela revirou os olhos bufando e tentou fechar a porta na minha cara.
Em um movimento ligeiro, me esgueirei para dentro do apartamento antes que ela trancasse aporta por completo.
— MAS QUE DIABOS VOCE QUER CAMERON?! — ela urrou enquanto m empurrou com força. — SAI DA MINHA CASA AGORA SEU IDIOTA!
— Espera por favor! — implorei. — Quero uma trégua, preciso mesmo falar com você. O caso é sério.
Ela me encarou por um tempo, provavelmente implorando se me daria ouvidos ou me enxotaria dali. Um suspiro irritado escapou de suas narinas.
— Você tem cinco minutos, depois disso eu ligo para polícia. — disse por fim.