Entre Dever e Deveres.
Entre Arte e Dever
Enquanto Clara ajeitava os travesseiros para Miguel tomar seu café da manhã, o telefone dela tocou. Ela olhou a tela e viu que era Valentina.
— Valentina? Oi, está tudo bem? — Clara atendeu, colocando o telefone no ouvido.
— Clara, preciso de você. Chega hoje à tarde uma coleção rara do Egito, e eu preciso que você esteja lá para recebê-la e avaliar as peças. — Valentina falava rápido, com a habitual segurança.
Clara mordeu o lábio, hesitante.
— Val, hoje não vai dar. Eu estou trabalhando e não posso sair agora.
Miguel, deitado na cama e atento à conversa, inclinou a cabeça. Ele sabia que ela evitava falar sobre assuntos pessoais na frente dele, mas percebeu a tensão em sua voz.
— Clara — insistiu Valentina —, não tenho outra pessoa para fazer isso.
Clara suspirou, olhando para Miguel e tentando encontrar uma solução.
— Val, eu realmente não posso...
Miguel interrompeu, a voz calma:
— Clara, eu ouvi. Se é tão importante, você pode ir.
Ela virou-se para ele, surpresa