Benício estava preso a imagem de Valentina naquela dança, seu corpo e o tudo o que ele despertava em seus instintos.
Tinha acabado de transar com Adriana pensando nela, jamais havia feito isso e temia estar entrando em um redemoinho de sentimentos. Passou a noite pensando em sua, agora esposa.
Amanhece, Valentina estava pronta para ir até a cidade pois precisava fazer umas compras. Pediu ao seu Genésio que a levasse em seu velho carro para ajudar a trazer as coisas.
Benício
Ela vai até a cidade, talvez seja melhor sair um pouco desse lugar onde todos me olham como se eu fosse uma fera.
Saiu bem cedo com sua caminhonete para também ir até a cidade, estava trabalhando como armador em uma construção por lá. Assim que estacionou viu Valentina sair daquele carro com aquele senhor, apesar de tudo ela mantinha aquele sorriso encantador e isso o deixava intrigado.
– Se eu soubesse que queria vir até a cidade eu teria te dado uma carona. – Diz ele.
– Você poderia até oferecer, mas eu jamais aceitaria! – Responde ela se afastando e ele a segue.
Benício
O modo como ela anda, com tamanha graciosidade que me tira o controle a ponto de quase agarrá-la mais uma vez, mas eu não posso.
– Ainda está chateada por que tentei te beijar ontem?
– Você acha mesmo que eu sou uma garota estúpida, não é Benício? O que é um beijo diante de tudo o que fez a mim e a memória de minha família? Eu posso ter sido manipulada e induzida ao engano, mas isso nunca mais irá acontecer.
– Já chega de tanta revolta! Estamos casados e temos que ter pelo menos um tratamento mais civilizado.
– E estamos tendo, acredite que estou sendo ao máximo tolerante com vocês! – Diz ela.
Benício
Se esse é o melhor tratamento que ela pode me dar, eu nem quero pensar no pior. Ela apenas se afastou, deixando aquele cheiro doce pelo ar...só de pensar que ela ainda é virgem eu perco meu juízo por completo. As mulheres ciganas permanecem virgens até o casamento, ela é tradicional para se voltar contra essa regra.
Valentina vai até a feira e ele segue para o trabalho, ela fez suas compras e ficou esperando por horas seu Genésio terminar de vender seu artesanato, para voltarem.
Algum tempo depois, eles seguem de volta para o acampamento e ouvem um barulho estranho no carro.
– Eita minha filha, esse carro velho nos deixou no "prego" de novo!
– Nossa seu Genésio e eu preciso chegar logo, pois prometi a minha vó que ia levar essas compras para o almoço. – Responde ela preocupada e olhando para os lados.
– Vem vindo um carro aí.
– O que aconteceu? Posso ajudar? – Benício diz saindo de sua caminhonete. Ele estava feliz por dentro em vê-la mais uma vez.
Valentina
Mesmo fora do acampamento algo parece conspirar para que eu sempre o encontre, ou ele está me seguindo.
– Essa lata velha sempre me deixa na mão. Valentina vá com Benício, você disse que tinha pressa. Infelizmente vou ter que voltar a pé e arrumar alguém para rebocar. – Diz o senhor olhando o estrago no motor e consciente de que não conseguiria sair rapidamente daquele problema,
– Não seu Genésio, eu espero o senhor e não importa quanto tempo demore! – Ela respondeu nervosa.
– Vamos Valentina é apenas uma carona. – Benício sorriu para ela.
Benício
Ela está com medo, me evita por que sabe que não conseguiria me resistir. Basta que eu encontre o lugar e o momento certo para conseguir e quem sabe possa ser esse.
Valentina respira fundo, ele abre a porta para ela que o encara visivelmente incomodada. Eles seguem para lá, ela nem sequer olhava para o lado.
– Não sei por que tem tanto medo de mim? Sei que entrei em sua vida dessa maneira torta, mas eu...eu nunca te machuquei.
– Algumas pessoas conseguem ferir muito mais do que o corpo e você me machucou mentindo!
– Mas e se eu disser que quero recomeçar? Que a gente esqueça o passado e quem sabe até...
– Não continue ou eu pulo desse carro em movimento. Não seja hipócrita e cínico, não quero sua amizade e nada de você me interessa! – Gritou.
Benício enfiou o pé no acelerador enfurecido.
– Quem falou em amizade? O que eu quero de você é direito meu!
– Direito? Logo você exigindo um direito?
– Sim, você se casou comigo. Portanto eu posso sim, pedir que me satisfaça e posso fazer isso hoje mesmo!
– Realmente sua cara de pau pode pedir, mas daí a eu consentir, é impossível!
Benício para o carro no acostamento de maneira bem ríspida. Tira o cinto de segurança e se vira para ela puxando-a delicado, mas forte pela nuca para perto de seu rosto.
– Quero te deixar bem a par de tudo Valentina, sabe o que vou fazer contigo em breve?
– Me solta! – Pediu ela forçando para se afastar do rosto dele.
– Eu vou te provar e eu sei que você vai adorar. Vai me cavalgar gostoso, pois sua dança me provou ontem que é feita para isso!
Benício
Apenas tê-la assim e sentir o calor de sua respiração me deixa tão excitado a ponto de perder a noção do que estava fazendo.
– Para de me falar essas coisas horríveis! Você me dá nojo! – Ela consegue se desvencilhar dele, abre a porta com força e sai do carro.
Benício sai e vai atrás dela, dominando-a pela cintura.
– Por favor pare, pare com isso! Me deixe em paz!