— Pelo que vejo, o Antônio não deve mais querer o cargo. Para ousar desprezar assim a autoridade do conselho... — A voz de Gabriel soou fria e cortante.
De imediato, a sala mergulhou em um silêncio sepulcral.
Ninguém ousou respirar alto, todos constrangidos com a explosão repentina de Gabriel.
Alguém já havia mandado chamar Antônio às pressas.
Enquanto isso, Sérgio, repreendido diante de todos e humilhado sem piedade, só pôde engolir a raiva em silêncio.
Ele desceu do púlpito e ficou de lado, relegado à sombra.
Desde o instante em que Gabriel entrara, todos aqueles velhos bajuladores haviam se apressado a demonstrar lealdade, quase se rasgando para provar devoção.
Até mesmo alguns que antes estavam ao seu lado, prontos a defendê-lo, agora se curvavam diante de Gabriel com sorrisos servis e palavras melosas.
Aquela cena lhe dava náusea.
Ele gravou bem cada rosto. Um por um, todos seriam derrubados no futuro.
Poucos minutos depois, a porta da sala se abriu e Antônio entrou às pressas.
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