Provavelmente era mais uma encenação do Gabriel. Um teatrinho de autopiedade, só para ver se Beatriz ainda se importava, se ela voltaria para cuidar dele.
O carro acelerou na saída, deixando para trás a ambulância e qualquer possibilidade de Gabriel sair vencedor com aquele truque barato.
— Acho que você não comeu quase nada antes... Vou reservar outro restaurante. — Disse Daniel, enquanto dirigia.
— Não precisa. Eu nem estava com tanta fome assim. — Respondeu Beatriz.
Ela virou o rosto e perguntou, em tom leve:
— E você?
— Eu tô tranquilo. — Disse ele.
— Melhor a gente ir mesmo... Você mal conseguiu comer antes de ser interrompido. — Insistiu ela.
Ao ouvir isso, Daniel pensou: “Mesmo que não precisasse comer, voltar direto pra casa significava que o tempo com Beatriz acabaria ali.”
— Que tal só uma sobremesa? A gente pode ir a uma cafeteria. — Sugeriu ele, como quem propõe algo simples, mas com segundas intenções sutis.
Beatriz assentiu com a cabeça, sem pensar muito no porquê.
Pegou