Gabriel apenas escutava, o corpo tremendo discretamente. Os ombros se contraíam de vez em quando, e ele mordia os lábios com força para impedir que o choro escapasse em som.
Uns dez minutos depois, o mordomo voltou com os curativos. Cuidou da mão de Gabriel, limpando o sangue e fazendo a bandagem.
— E o rapaz? Como ele tá? — Perguntou o Sr. Henrique.
— Hematomas no rosto, levou alguns socos no abdômen... Também tem lesões no ombro, braço e costas. — Relatou o mordomo com seriedade.
Ao ouvir isso, o Sr. Henrique perdeu a paciência. Levantou a perna e deu um chute no neto, resmungando com raiva:
— Essa força toda que você tem devia ser usada na cadeia, pra aprender a se comportar!
— Mas não foi nada muito grave, senhor. Nenhuma lesão interna. Pode ficar tranquilo. — Apressou-se o mordomo em completar.
O velho recolheu a perna com um resmungo. Então, ouviu a voz rouca do neto perguntar:
— E a Beatriz? O calcanhar dela... O ferimento foi feio?
— O calcanhar só arranhou. O mais sério foi o