Capítulo 42
Mario Marini
França | 14 de Maio
Eu estava sentado na poltrona de couro do escritório, fumando um charuto enquanto observava a fumaça se dissipar lentamente no ar.
O silêncio no escritório era pesado, um silêncio que normalmente me traria alguma paz, mas hoje? Hoje, ele só alimentava a tempestade de pensamentos que me invadia, como um soco no estômago, que deixava um gosto amargo de sangue na boca.
Eu ouvi passos fortes se aproximando da porta, e não precisei levantar o olhar para saber quem era.
— Pai. — A voz de Vincenzo ecoou no escritório.
Eu apenas soltei um longo suspiro antes de responder.
— Vincenzo. — Respondi, sem tirar os olhos da janela à minha frente. O sol tentava furar as nuvens, mas o céu continuava cinza. — Pode entrar.
Ele entrou, sem hesitar, como era de costume, enquanto os seus olhos pareciam analisar a minha expressão — como de costume.
— Pensando no Marcelus de novo? — Ele perguntou, direto, enquanto se encostava na parede e cruzava os braços.
Eu