Lucas até que estava satisfeito. Para ele, já estava ótimo receber o mesmo tratamento que o melhor amigo de Mariana.Só que, para sua surpresa, Simão disse: — Mariana, pra que deixar esse cara entrar? Sério, só de olhar pra ele, minha fome foi embora.Mariana soltou um suspiro: — Simão, eu te disse ontem à noite... Ele é meu namorado. Você não tinha prometido que ia se controlar?Simão fez uma expressão contrariada, cruzando os braços: — Tá, mas você precisa me dar um tempo pra digerir isso.Quando estavam no exterior, mesmo depois de ser rejeitado, Simão nunca se afastou. Sempre esteve por perto, cuidando dela, até ajudando a criar o filho.Houve algumas vezes em que Didi teve febre alta à noite e ficou doente. E foi Simão quem a levou ao hospital.Mariana sempre sentiu que lhe devia muito.Ela tentou o convencer inúmeras vezes a não desperdiçar seu tempo com ela, mas, por mais que insistisse, Simão simplesmente não se deixava convencer.Já pensou em se afastar aos poucos, esfriar a r
— Mas ele definitivamente não é o homem certo para você. Se fosse, vocês não teriam se separado no passado.Mariana respondeu: — A separação na época teve muitos motivos. Só posso dizer, sinto muito.— Não precisa se desculpar comigo. Eu não vou te pressionar, mas vou ficar de olho, para ver se ele realmente pode te dar a felicidade que você merece.— Você... — Mariana suspirou, cansado: — Por que gastar seu tempo com isso?— Não é um desperdício de tempo. — Simão respondeu: — Eu ainda sou jovem, você não precisa se preocupar em me atrasar.— Então, não deixe que eu atrapalhe seu trabalho.— Eu sei.Na tarde seguinte, Mariana terminou o trabalho mais cedo do que o normal, e Lucas a levou direto de volta para a casa do vovô.Didi havia retornado à casa para ficar com o avô, e Mariana já fazia alguns dias que não o via.Quando se encontraram, não podia faltar um momento de carinho.Diego falou muito com ela, a maior parte sobre a Família Marques.Ele contou como a avó era boa para ele, c
Com o fim das férias de inverno e a chegada da temporada de volta às aulas, Diego também precisava se preparar para a escola infantil.A princípio, a escolha da escola já estava definida, mas agora houve mudanças.Ana conversou com Mariana e ainda queria que a criança fosse estudar na capital.A escola infantil escolhida era a mesma onde Renato estudou quando era pequeno, e também foi a escola que Anderson frequentou na infância. Naquela época, eram todos filhos de famílias do quartel, cujos pais eram ou militares ou envolvidos com a política.Podia-se dizer que era uma escola infantil interna do sistema militar, onde pessoas de fora simplesmente não conseguiam entrar.Mariana entendeu a situação e percebeu que Ana queria que Diego tivesse mais contato com aquelas crianças, já que todos eram do mesmo círculo social.Ela concordou.No entanto, com isso, o filho precisaria ir para a capital estudar, e ela ainda precisaria conversar com o vovô sobre isso.Para sua surpresa, o vovô apoiou
Antes, ele só tinha a mamãe, mas agora ele tinha muitos mais parentes.Embora ele geralmente parecesse mais maduro do que sua idade indicava, recentemente era possível perceber que ele estava realmente feliz.Finalmente, ele estava recuperando aquela alegria pura e inocente de criança.Ao sair da escola, Ana comentou: — O ambiente é bom, as instalações também são, mas as professoras parecem um pouco frias.Diego respondeu: — A professora que me acompanhou foi bem legal.Ana concordou: — Sim, aquela com cara fechada, parece uma líder. Mas tudo bem, de qualquer forma, você não vai ficar com ela.Quando voltaram para casa, Ana fez uma videochamada com Mariana, perguntando quando ela chegaria.Mariana respondeu: — Estou finalizando as coisas por aqui, se tudo correr bem, amanhã de manhã estarei aí.Ana disse: — O seu quarto fica ao lado do de Didi, tudo bem assim? Você pode dar uma olhada primeiro, e se não gostar da arrumação, podemos mudar depois.Quando soube que Ana concordou em vir pa
Ana sorriu: — Antes eu não tinha ânimo para isso. Mas agora que Mariana voltou, tenho uma filha tão linda! Como não sair para mostrar para todo mundo?Anderson comentou: — Tia, pode se preparar! Esses eventos são chatos demais!Ana deu um tapinha nele: — Deixa de bobagem!Depois disso, ela olhou para Mariana, que logo disse: — Mãe, sempre que eu puder, vou com você, com certeza.Era natural que quisesse exibir um pouco a filha, afinal, passou a vida inteira sofrendo por a ter perdido e agora finalmente a tinha de volta.Num piscar de olhos, chegou o dia de Diego começar a escola.Lucas queria ir junto a levar à escola, mas um problema de última hora surgiu em um dos seus projetos. Mariana não deixou que ele fosse.Ainda indignado, Lucas protestou: — Mas eu posso ir! Resolvo isso depois, não tem problema.Mariana disse: — Você não prefere resolver logo? Assim termina rápido e vem para cá me encontrar.Com apenas uma frase, ela o convenceu.Só que ele acabou se ocupando por vários dias s
— Mãe, eu realmente não sofri. — Mariana disse, tentando tranquilizar Ana. — Embora meus pais adotivos não fossem muito presentes, meus avós sempre me trataram com muito carinho.Isso era verdade. Os pais de Mário, ambos eram pessoas amáveis e carinhosas, e sempre cuidaram muito bem de Mariana.— E aquele casal, como pode? Te adotaram, mas nem se importaram com você.— Mãe, isso já passou. — Mariana respondeu suavemente. — Eu sou muito feliz agora.Ana olhou para ela: — Eu sei, mas no fundo ainda sinto que te devo muito. Por isso, Didi não pode passar nem por um pingo de sofrimento.Mariana acreditava que Diego jamais enfrentaria qualquer tipo de sofrimento.Mas ela subestimou o poder de influência e a percepção das crianças de hoje.No quarto dia de aula, ao sair da escola, Diego ouviu um garotinho gordinho, Bruno, ao lado dele, todo orgulhoso: — Hoje meu pai veio me buscar!Naquela escola, as crianças geralmente vinham de famílias com algum status. Por isso, na maioria das vezes, qu
Diego respondeu baixinho: — Nada não.Mariana não acreditou. Aquele jeitinho dele, com a carinha claramente demonstrando insatisfação, não tinha como esconder.Ela se agachou, ficou de frente para ele e, com suavidade, disse: — Didi, você sabe que pode sempre conversar comigo, né? Não foi isso que a gente combinou?Diego, um pouco envergonhado, falou baixinho: — É que tem uma coisinha...E então ele contou tudo.Mariana ouviu, e, ao final, não conseguiu segurar o riso, soltando uma risada leve.Diego corou um pouco nas orelhas: — Mamãe, você está rindo de mim.— Não estou rindo de você. — Mariana se apressou a dizer. — Didi também sabe brigar com os outros, né?— Ele que foi exagerado! — Diego respondeu. — Parece até que só ele tem pai.Mariana o abraçou com carinho: — Didi, eu entendi. Pode deixar que vou resolver isso, tá? Desculpa, meu amor...— Mamãe, não precisa se desculpar. — Diego disse rapidamente. — Eu não gosto disso.— Entendi. — Mariana deu um beijo nele: — Didi pode ficar
Mariana disse: — Quando você chegar na capital, eu vou te beliscar, aí você vai saber que não é sonho.Os dois se olharam e sorriram.— Eu realmente queria... voar para perto de você agora. — Lucas não conseguiu evitar e tocou o celular. — Sinto sua falta.Mas o que ele tocou foi apenas a tela fria.Mariana respondeu: — Então, venha logo, eu estou te esperando.Após desligar o telefone, Mariana se deitou na cama, se virou e abraçou o travesseiro para dormir.Antes de Lucas chegar à capital, Mariana teve uma conversa com Ana.Na verdade, antes de falar com Ana, ela foi procurar Renato.Após entender o que Mariana queria dizer, Renato falou: — Mariana, tanto eu quanto a mãe não vamos interferir na sua escolha, mas, claro, queremos o melhor para você.— O que você quer dizer, que Lucas não é o melhor?— Claro que não.— Talvez... — Mariana sorriu suavemente. — Ele pode não ser o melhor e pode ter muitos defeitos, mas ainda assim acredito que ele é o mais adequado para mim.Renato comentou