*Cristhian*
A pancada balançou meu carro. Não foi forte, mas eu esperava o básico: que a pessoa saísse, se desculpasse, como qualquer um faria. Meu pé continuava no freio, os dedos tamborilando no volante, tentando não perder a paciência. É assim que as coisas funcionam, pensei. Alguém bate, pede desculpas, troca informações. Mas nada aconteceu. Os segundos se arrastavam, e o silêncio do outro carro começava a me deixar nervoso.
Saí do carro e fui até a janela do motorista. Bati levemente. O vidro desceu só uns dois dedos, o suficiente para sentir o ar frio e ver um rosto... escondido atrás de óculos de sol. “Sério?”, pensei. Que tipo de pessoa nem tira os óculos numa situação dessas? A confusão me atingia tanto quanto a raiva. Era como se eu estivesse preso em uma cena absurda, algo que simplesmente não fazia sentido na minha cabeça.
E então, sem aviso, o vidro subiu de repente. O motor rugiu e o carro arrancou, desviando do trânsito, como se fugir fosse a coisa mais normal do