116: desconfiança silenciosa.
Cap. 116: desconfiança silenciosa.
Aurora estava encolhida em sua cama como se quisesse desaparecer dentro dos lençóis. O quarto permanecia em penumbra, mesmo com a tarde se desfazendo aos poucos lá fora. Os olhos ardiam, mas ela não havia chorado, não deixaria que isso acontecesse. Sentia-se ridícula por se importar tanto. Por esperar... o quê? Romance? Exclusividade? Amor?
O clique suave da porta a fez prender a respiração.
Andrews entrou devagar, sem dizer nada. Seu perfume fresco e suave preencheu o ambiente. Devia ter acabado de sair do banho, seu cabelo ainda úmido denunciava. Ele se deitou atrás dela, envolvendo-a com o corpo quente. Seus braços a abraçaram com naturalidade, e ela não reagiu. Apenas se encolheu mais.
Mas ele não se afastou. Pelo contrário.
Os lábios dele tocaram de leve sua nuca, brincando com sua pele arrepiada. Um beijo... depois outro... e outro, até que sua respiração começou a se acelerar. Seu corpo queria ceder, mas algo dentro dela estava preso. Andrews