Nanda e Estella, com sorrisos de escárnio, não mostraram qualquer sinal de culpa diante das acusações de Diana. Pelo contrário, riram de maneira descontrolada.
- Depois da morte da Aurora, quem sobrou na família Botelho? Só você? - Zombou Nanda.
Diana, furiosa, ajudou Gisele a se levantar.
Mas ela estava sem forças, seu corpo doía bastante, incapaz de se manter de pé.
Mesmo ouvindo a voz de Diana, Gisele tentou responder, mas parecia que a força para falar havia sido retirada dela.
Gradualmente, ela afundou na escuridão, incapaz de ouvir mais os chamados de Diana.
- Gisele, o que aconteceu? Acorde! Sangue... Sangue... Gisele, aguente firme! - Exclamou Diana, preocupada.
Diana, ao ver o sangue manchando as calças de Gisele, ficou pálida e imediatamente ligou para a ambulância.
...
Gisele teve um sonho prolongado.
Sonhou com o dia da lua de mel, não mais esperando pelas luzes do norte sozinha.
Ele apareceu na noite escura.
Naquele momento, ela sorriu, um sorriso doce e caloroso, como se possuísse a paisagem mais encantadora do mundo.
No entanto, por mais belo que fosse o sonho, a realidade era cruel.
O cheiro forte de desinfetante e os sons metálicos de máquinas trouxeram ela de volta à realidade.
Com dificuldade, ela abriu os olhos, sentindo uma dor súbita que fez ela puxar o ar com força.
- Gisele? Gisele? - Chamou Diana, notando o movimento dela.
- Tia Diana... - Disse Gisele.
- Gisele, finalmente acordou. Você dormiu por dois dias. Como está se sentindo agora? Ainda dói? - Falou Diana, ansiosa.
- Dois dias? - Murmurou Gisele.
Ela sentia a cabeça pesada e tentava lembrar do que havia acontecido.
- Sim, você teve sintomas de hemorragia, mas agora o sangramento parou. Descanse bem e tudo ficará bem. - Consolou Diana, suspirando aliviada.
- Obrigada, tia Diana. - Assentiu Gisele.
- Somos uma família, não precisa agradecer. - Disse Diana, servindo um copo de água quente e entregou a Gisele, perguntando preocupada. - Gisele, o que aconteceu entre você e o Sr. Felipe? Por que se divorciaram?
Todo mundo sabia o quanto Gisele amava Felipe, mantendo aquele casamento por tantos anos. Como isso acabou tão abruptamente?
Gisele não sabia por onde começar a explicar.
- Depois de tantos anos, já foi o suficiente. - Concluiu Gisele.
Ela amou o suficiente, eles se machucaram o suficiente...
A criança não era a prova do amor que ela trocou? Mas qual era o desfecho dela?
Ao pensar na criança, um lamento invadiu ela. Com a mão acariciando o abdômen, as lágrimas vieram aos olhos.
- Suficiente? O que quer dizer com "suficiente"? Gisele, você não pode se divorciar! Se o fizer, realmente não terá mais nada! - Disse Diana, a emoção dela aumentou. - Vá implorar para o Sr. Felipe... Agora só ele pode ajudar!
- O que aconteceu? - Perguntou Gisele, apressada, sentindo algo errado.
Diana percebeu que havia exagerado e forçou um sorriso, balançando a cabeça.
- Não, não é nada, o que poderia acontecer? - Disse Diana.
Gisele sentiu que os olhos de Diana estavam vagos, como se estivesse escondendo algo dela.
Ela olhou ao redor, não viu a figura de seu irmão, Joaquim Júnior.
- Onde está Joaquim? Ele soube da minha internação? - Perguntou Gisele.
Sem ver Joaquim, Gisele começou a sentir um pressentimento ruim. Ela pegou o celular para ligar para ele.
Diana, ao perceber a ação de Gisele, interveio de imediato.
- Gisele! - Chamou Diana.
A certeza de Gisele aumentou.
- Tia Diana, você está escondendo algo de mim. O que está acontecendo afinal? - Questionou Gisele.