Capítulo 17
Cassandra
As primeiras semanas naquela pequena cidade na Holanda foram um borrão. Um turbilhão de rostos novos, cheiros desconhecidos e um silêncio quase ensurdecedor que só quem já passou por tantas transformações como eu poderia compreender.
Cheguei aqui com um único propósito: desaparecer. Para trás ficaram os arranha-céus, as luzes intensas das grandes cidades, e a agitação constante que acompanhava minha vida. Tudo isso agora parecia distante, um sonho sombrio que não me atrevia a revisitar. Em vez disso, encontrei conforto nas pequenas coisas – o farfalhar das folhas nas árvores, o som suave das bicicletas passando pela calçada e o cheiro fresco de flores no ar. Estava começando a acreditar que, talvez, pudesse encontrar algum tipo de paz.
A cidade, com suas ruas estreitas e casas de tijolos vermelhos, me parecia acolhedora de um jeito sutil. Não era o tipo de lugar que faria alguém se sentir especial, mas era perfeito para quem queria se esconder. As pessoas eram am