As primeiras quatro semanas morando no penthouse dos Fontaine foram um período de ajuste intenso. Minha vida se tornou uma coreografia precisa: acordar no quarto de hóspedes, revisar as finanças globais na mesa de café da manhã de mármore, e passar o dia oscilando entre a Palace Real e os compromissos externos.
Eu era a assistente mais próxima e agora a única moradora (além do casal) do seu santuário particular. A regra da separação física era respeitada — eu estava no quarto de hóspedes. Mas a distância era uma tortura lenta. Nossas interações eram carregadas de tensão contida: o toque de cotovelo na mesa de reuniões, o momento em que Ethan me passava um copo de água no meio da noite na cozinha.
Nesse período, os negócios fervilhavam. O sucesso em São Paulo abriu caminho para novas aquisições na Ásia, e a minha competência era inegável. Ethan e Susan me elogiavam constantemente, não apenas pelo meu trabalho, mas pela minha lealdade discreta. Eu havia provado que podia gerenciar o s