O Relatório: O Preço do Silêncio
Paul Evans
Um mês se passou desde a explosão na Mansão Evans. Um mês de calma artificial. Estava no meu escritório, envolto na rotina que me ancorava. Catarina estava no atelier, onde o sucesso do desfile em Paris a tinha tornado incrivelmente requisitada. Eu, por minha vez, trabalhava para reestruturar a empresa dos seus irmãos, um foco que mantinha minha mente afastada do inferno familiar.
A tranquilidade era excessiva.
Tereza, graças a Deus, estava internada, sob os cuidados do marido Almir. Eu tinha me afastado totalmente daquela dinâmica tóxica, um corte cirúrgico necessário para a minha sanidade e a do meu casamento.
Minha madrasta, Jussara, estava quieta demais, o que me incomodava profundamente. A fera ferida sempre é a mais perigosa.
Meu pai, Igor, ligava todo santo dia, com a mesma ladainha: "Paulo, podemos conversar?", "Preciso te ver", "Venha até a empresa." Ele vinha, tentava me procurar, mas eu sempre estava "ocupado" e em "reunião". Não