A noite de Westbridge passava pelas janelas do carro como um filme acelerado, luzes, prédios, ruas movimentadas, mas Adam não via nada. Estava dirigindo no automático. Tudo o que sua mente conseguia processar era a cena que se repetia como um loop cruel: Camille. Naquele vestido preto. Com Lucas Miller ao seu lado.
Ele fechou a mão no volante, o couro rangeu sob seus dedos. Sete anos. Sete malditos anos. E ainda assim a visão dela, o perfume dela, o modo como ela desviava o olhar no exato momento em que ele tentava decifrá-la. Tudo isso desmontava as paredes que ele levou anos construindo. Adam respirou fundo, tentando recuperar o controle. Mas então a lembrança voltou. O som dos passos dela descendo as escadas. O rosto dela quando o viu com Clara. A maneira como não deixou ele dizer uma única palavra. O silêncio dela depois. A partida repentina, sem explicações, sem despedidas. Ela o deixou com a pior ferida de todas: uma que nunca foi fechada. apenas ignorada.
E, no entanto, Ali est