No dia seguinte...
A noitinha....
Anna
O expediente termina. As luzes da empresa começam a apagar, os corredores antes cheios agora vazios, ecoando meus passos apressados. Só quero ir para casa, cuidar do meu pai, esquecer do dia pesado. Quando passo pela minha sala para pegar a bolsa, sinto a presença antes de ver.
Raul está ali, encostado no batente da porta, como se me esperasse. O terno desalinhado, a gravata frouxa. Um contraste perfeito entre o chefe implacável e o homem em guerra dentro dele.
— Anna — a voz dele é grave, carregada de algo que não entendo de imediato —, precisamos conversar.
Minha mão para no puxador da bolsa. O coração pula no peito, antecipando que nada de bom viria dali.
Respiro fundo, tentando não mostrar o tremor que me percorre.
— Sobre o quê? — pergunto, mesmo já sabendo a resposta.
Ele avança e a sala se torna pequena demais para conter tanta tensão.
— Sobre você... e o Rafael — ele diz, os olhos cravados nos meus, como se cada palavra fosse um golpe.
—