Raul
Cruzo o corredor em direção à saída principal, com Dara ao meu lado. Ela está mais pálida que o normal hoje, mas insiste em caminhar sem meu auxílio. Seus passos são lentos, mas firmes, e eu acompanho seu ritmo, oferecendo o braço quando ela tropeça de leve no carpete.
— Estou bem, Raul. Não precisa olhar para mim como se fosse desmoronar a qualquer momento. — A voz dela soa baixa, quase um sussurro.
Eu me esforço para sorrir, mas, antes que possa responder, algo à frente captura minha atenção.
Ali, perto da recepção, está Anna. Sua postura está descontraída, e há algo em sua expressão que eu nunca vi antes: uma leveza despreocupada. Ela está... sorrindo. Mas não para mim.
Rafael está ao lado dela, segurando a porta da saída como se fosse um gesto habitual, como se ele estivesse acostumado a ser o cavalheiro que, na verdade, nunca foi. Ele diz algo, e Anna ri. Não um riso nervoso ou polido, mas um daqueles que você sente no peito. Aquele riso dela que é puro, genuíno.
Minha garga