Acordei com o sol entrando pelas frestas das cortinas, uma luz suave e quase calorosa, que contrastava com o desconforto que me tomou ao me dar conta de onde eu estava.
O quarto ao meu redor era grande e bem decorado, tudo meticulosamente arrumado, e logo me lembrei: a casa do doutor Isaías Castellar.
O gosto amargo da noite anterior voltou à minha boca como uma onda — o encontro na pista de dança, o beijo imprudente, a bebedeira que me soltou com ele, e a forma como me trouxe até aqui, teimoso e inflexível, insistindo em cuidar de mim como se tivesse esse direito.
Impondo sua vontade acima da minha e priorizando sua própria necessidade em ter controle sobre tudo.
Eu queria sair.
Levantei-me devagar, tentando ser silenciosa.
Estava ainda com a camiseta dele, e aquele toque de sua presença me irritava, como se estivesse me invadindo mais uma vez.
Que droga!
Arranquei aquele incômodo de mim e coloquei a roupa da noite passada.
Precisava da minha dignidade de volta, porque termin