Capítulo 3

Gael Lewis...

Após sair daquela reunião maluca, segui chamar um táxi, vou para a casa do meu pai ver a minha madrinha, eu não sei o que acontece! Quando eu tenho que vir... Ele nem se importa em me buscar no aeroporto, se eu não der o meu jeito, não chego a lugar nenhum.

Não tenho carro aqui, porque quando me desloco para cá não fico por muito tempo, às vezes volto no mesmo dia... Como irei fazer hoje, mais eu não posso voltar antes de ver a Rosângela, ela é como uma mãe pra mim, apesar do meu pai, odiar essa ideia.

Quem sempre esteve ao meu lado foi ela, realmente “eu a amo”, como se fosse minha mãe, sempre esteve ao meu lado, até quando o meu pai não se importava, quando eu ficava doente era ela quem me acompanhava ao médico, eu devo o homem que sou hoje, graças a pessoa incrível que ela é para mim.

Ainda perdido em meus pensamentos, me retiro da empresa e chamo um táxi, aguardo ele parar e adentro passando-lhe o endereço, o motorista sorri a seguir o caminho, ouvindo uma música tranquila de fundo, na qual me faz lembrar dos momentos bons que tive aqui nesta cidade.

Com o meu pai! não. Eu quase não me encontrava com ele… mais a Rosângela passeava comigo, mesmo não tendo dinheiro para comprar o que eu pedia! Ela soube me ensinar que o dinheiro não é tudo, me acompanhava à escola e na saída estava todos os dias me aguardando, até me ajudava nas tarefas de casa.

Eu queria que ela fosse minha mãe, só para poder dizer uma vês "eu te amo mãe", sinto um aperto subir pelo meu peito, eu estou angustiado e não sei o motivo, será errado eu querer que ela fosse a minha mãe!? Sabendo que a minha mãe biológica está falecida.

Sai dos meus pensamentos com o táxi parando na frente da casa do meu pai, respirando fundo paguei ele e retiro-me olhando para a porta que está fechada, caminho até chegar próximo do interfone, Aperto até alguém responder

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— Sim, casa do senhor Lewis?— Ouvir a voz dela me tranquiliza na angústia que estava sentindo, então respondo sorrindo

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— Cadê a mulher da minha vida, que não vem receber o seu garoto preferido!.

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— Oh meu filho eu já estou indo.— Percebo que o tom de voz dela ficar mais alegre

Alguns segundos depois o portão se abre, e Rosângela Mesmo com o semblante de cansaço e tristeza, abre um sorriso enorme e vem em minha direção me dar um abraço.

— Como você está lindo meu menino!— Dói o meu coração não poder falar, puxei a minha mãe, eu nem sei como ela é.

— Obrigado madrinha.— Afirmo a abraçando forte, que até a levanto tirando os seus pés do chão, não pensem que ela é minha madrinha oficialmente, porque eu não tenho… "uma vês eu ainda pequeno sem querer a chamei de mãe”.

Meu pai estava por perto e ouviu, vindo até mim me transferindo t***s, eu lembro como se fosse hoje! Rosângela entrou na minha frente para que ele não me batesse mas, e eu? Estava chorando com as mão no rosto, sentindo muito medo enquanto ele gritava transtornado

" Sua mãe morreu seu moleque, nunca mais chame essa empregada de mãe, ouviu a sua mãe morreu está morta"

Lembro-me também que observei lágrimas, escorrerem pelo rosto de Rosângela, enquanto ela tentava acalmá-lo, pode ser o susto que todos levamos

Entro com ela abraçado ainda perdido em meus pensamentos, me acompanhando até a cozinha ela me olha dizendo

— O que aconteceu meu filho?— Ela só me chamando de filho, quando meu pai não está, voltei minha atenção para ela, sorrindo de leve.

— Nada! Estava em um reunião com o pai e foi bem desgastante.— e ainda completo dizendo— Eu vim pelo caminho pensando em como fui feliz ao seu lado, eu realmente queria que fosse a minha mãe.

Depois de dizer isso, percebi que ela se vira, começando a mexer em algo sobre a pia, sai do meu local e caminho até ela, virando seu rosto vejo que já está molhado em lágrimas

— O que houve, eu disse algo de errado?—Pergunto-lhe preocupado

— Não meu querido, não foi nada, apenas estou lembrando de quando você era pequeno, tenho saudades de te ver todos os dias!— Sinto meu peito apertado novamente, e a abraço dizendo

— Venha morar comigo?— Sem contar que eu já chamei ela várias vezes, e a sua resposta sempre é a mesma

— Eu não posso meu amor— Ela é tão carinhosa comigo, que às vezes eu queria que fosse a minha mãe, mais que angústia meu Deus!

— Porque não! Meu pai te trata pior do que uma empregada.— Olhei para ela com meus olhos cheios de lágrimas, se ela soubesse como me dói ver meu pai a humilhar tanto, sempre entro no meio eu não permito, “mais e quando não estou”.

— Um dia você vai entender meu amor!

— enquanto ela limpa as minhas lágrimas, eu limpo as dela... Nos abraçamos por algum tempinho.

Depois conto a ela como foi a reunião e como todos ela também ficou muito surpresa com a atitude do meu pai, mais sabemos que com ele não tem conversa, eu só espero que essa pobre menina seja livre um dia, depois de muitas horas conversando, Percebi que minha madrinha está um pouco abatida.

— Tem certeza que está tudo bem?

— Pergunto a olhando mais sério

— Sim meu querido não se preocupe!— ela sorri tentando disfarçar, mais eu sei que tem alguma coisa errada, somos interrompidos com o meu pai falando

— Gael pensei que já estivesse dentro do avião!— noto no olhar dele, um certo desprezo.

— Ainda não pai, mais eu já vou, tenho muitas coisas a fazer em Nova Orleans!

— digo o olhando tranquilamente, mais como sempre por dentro está doendo, ver ele assim comigo, ainda mais sem saber do porquê?

— Não vai ficar para o almoço Gael?— Rosângela me olha sorrindo, e eu olho para meu pai, vejo o desprezo e o nojo nítidos em seu rosto, então decido ir embora.

— Não madrinha, eu deixei muitas coisas a fazer, tenho que voltar o quanto antes— mesmo que eu não tenha nada a fazer, não quero ver meu pai com esse olhar para mim, dói muito essa situação me despeço dela, dando um abraço e um beijo em seu rosto.

Segui para a saída e meu pai está em pé nos olhando, me movimento para abraçá-lo e ele se afasta, parei no mesmo instante, voltando minha atenção a Rosângela e vejo ela abaixar a cabeça triste. Retornei a olhar para o meu pai

— Tchau pai!— me retiro diante dele e volto para Nova Orleans.

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