A Verdade no Vidro
Jonas caminha pelo salão, a luz das paredes refletindo seus próprios passos como ecos luminosos.
Entre as figuras presas no vidro, ele para diante de uma estátua mais próxima da balança: um menino de aparência serena, mas com fissuras que partem do peito até os pés.
Instintivamente, Jonas encosta a mão no vidro.
O frio atravessa sua pele e, de repente, a visão o engole.
A visão
Ele vê o Palácio de Vidro vivo, séculos atrás.
Lá dentro, um casal caminha com um bebê nos braços — o mesmo rosto que, no futuro, seria o Pesador.
Risos suaves, o brilho do sol atravessando as paredes de cristal.
Mas a cena muda.
O casal está morto, caído em uma escadaria.
O bebê chora, sozinho, até que é erguido por mãos que não são gentis — os criados da casa.
E então… escuridão.
Uma lareira acesa.
O choro se transforma em gritos abafados.
O vidro do berço é quebrado.
O bebê é sufocado, os olhos se apagando.
Mas a morte não o leva embora.
Ele vê o espírito do menino se levantar, translúcid