Eu estou no escritório de Paulo e já era noite, eu passava horas aqui antes de dormir, parecia que eu o sentia perto toda vez que eu vinha aqui.
— Mãe — Pedro fala entrando no escritório.
— Oi!
— Vamos dormir?
— Eu já vou — eu respondo e ele olha para a porta do cofre aberta.
— Fecha isso — ele fala — Você não pode mais ficar vindo aqui, te faz mal.
— Eu estou bem — eu respondo.
— Mãe — ele se aproxima — Eu não sou burro mãe e nem mais criança, sei o quanto você está sofrendo e muito — ele me estende a mão para que eu levante da cadeira. — Vem, vamos dormir.
Eu não falo nada, apenas pego em sua mão e me levanto para ir com ele para fora do escritório, subo as escadas e ele me leva até o quarto.
— A senhora não acha que está na hora de mexer nas coisas do papai? — ele pergunta — Está tudo exposto naquele quarto, em cima da cama, mexer no escritório, reformar ou até mesmo vender essa casa.
— Não — eu falo.
— Mãe! — ele diz — O papai vai estar presente em nossas vidas, em nossos corações