Laura estava brincando com Letícia e Leonardo no tapete da sala enquanto Daniel trabalhava no escritório. As risadas dos pequenos enchiam o ambiente de leveza, algo que ela tanto prezava depois de tudo que enfrentaram recentemente. No entanto, aquele momento tranquilo foi interrompido pelo toque insistente do telefone. Pensando que era algo trivial, ela o pegou com a despreocupação habitual.
— Alô?
Assim que ouviu a voz do outro lado da linha, porém, um calafrio percorreu sua espinha.
— Laura... sou eu... seu pai.
Laura ficou paralisada. Por um instante, não respondeu. Aquele era um contato que jamais esperava receber. Seu pai, João, havia desaparecido de sua vida há tantos anos que ele era pouco mais do que uma memória distante, marcada por promessas quebradas e decepções.
— Pai? — Ela finalmente conseguiu dizer, com a voz hesitante. — Como conseguiu meu número?
— Um amigo me ajudou. Fui solto, Laura. Estou em liberdade condicional. Queria te ver, saber como está a sua vida... se cas