“O problema dos presságios é que a gente só entende quando já é tarde demais.”
— Yumi
1º de janeiro de 2009
O novo ano tinha começado com brisas leves e um céu tão claro que parecia abençoado. Mas dentro da casa dos Duarte, o som era outro.
Ayla acordou com gritos. Vozes altas do lado de fora. Uma discussão.
Abriu a janela do quarto e congelou.
Clara e Helena estavam frente a frente, aos berros.
— Você nunca deveria ter vindo pra essa serra! — gritou Clara, com os olhos vermelhos.
— E você nunca soube sair da vida dos outros! — rebateu Helena, com o corpo tremendo de raiva.
— Eu quero que você morra, Helena! Que suma! Como já devia ter sumido desde aquela época!
— Você já roubou tanto de mim... Quer mais o quê?
Nesse instante, Rafael interveio, segurando o braço de Clara com firmeza.
— Já chega, Clara! A faculdade já passou. E aquele rapaz que fazia os seus caprichos não existe mais. É melhor você ir embora.
Ayla congelou.
Caprichos? Faculdade? O pai dela?
Sua mente começou a montar