Anselmo semicerrou os olhos.
— Repulsivo?
Não era a primeira vez que Marília dizia que ele era repulsivo, mas dessa vez ele percebeu um desprezo claro nos olhos dela.
— Sim, repulsivo! — Marília disse, cerrando os dentes. — Dizer que você é um homem desprezível chega a ser um elogio. Você é um verdadeiro lixo! Me arrependo profundamente de ter gostado de você no passado!
Os olhos de Anselmo se contraíram violentamente, e a pressão no ar da sala pareceu diminuir abruptamente.
Ele ficou olhando para ela por um momento, com uma expressão sombria, e, ao invés de ficar furioso, soltou uma risada.
— Se você me acha repulsivo, vai ter que voltar para casa. O seu namorado não pode te proteger, e você também não pode protegê-lo. Eu o mato como se fosse uma formiga. E ele ainda é médico. Tenho muitas formas de destruir a vida dele...
Marília o interrompeu:
— Se o Diógenes sofrer mais alguma coisa, eu entrego minha vida por ele!
A expressão de Anselmo congelou.
Marília continu