— O que você disse?
A assistente encolheu o pescoço de medo e balançou a cabeça rapidamente.
— N-nada, eu não disse nada.
— Cena quarenta e sete, todos aos seus lugares!
Ao ouvir o grito do diretor, Esperança entregou o copo de água e resmungou com raiva:
— Não quero uma traíra do meu lado. Se você quer puxar o saco da Marília, então suma da minha frente agora!
A assistente, com os olhos vermelhos, murmurou com um soluço contido:
— Desculpa, Esperança. Eu não vou falar besteira de novo.
A quadragésima sétima cena era entre Juliana e Esperança. O diretor precisou interromper três vezes, todas porque Juliana não conseguia acompanhar o ritmo de Esperança, falhava em transmitir a força contida e a intensidade que a protagonista exigia.
Esperança observava o diretor furioso e estava de ótimo humor. Até lançou um olhar triunfante na direção de Marília, querendo que ela visse com os próprios olhos que seu sucesso não vinha de favores, e sim de talento.
Marília cruzou o olhar com ela, mas sua