Noite adentro.
Raulino entrou no bar e, com um olhar, viu a mulher sentada no balcão, servindo-se de bebida.
Ela, que claramente era uma mulher elegante e culta, tão orgulhosa e forte, também possuía esse lado frágil e indefeso.
Raulino estava com sentimentos mistos, mas ainda assim deu um passo à frente, sentando-se ao lado dela, pediu ao garçom para trazer-lhe um copo de uísque.
Ele se virou para ela, fazendo uma brincadeira:
— Linda, como é que você está aqui de novo, tão tarde da noite?
Helena colocou o copo no balcão, e lágrimas começaram a cair de seus olhos. Ela as enxugou rapidamente, sorrindo de forma autocrítica, e disse:
— Sempre sou flagrada por você em momentos tão vergonhosos!
— O que tem de vergonhoso nisso? Todo mundo tem momentos difíceis. Eu fico com você, vamos beber.
Helena pediu outra dose e, com a voz embargada, falou:
— Raulino, você também acha que sou filha da amante, que eu deveria morrer, que eu deveria ter ficado lá fora e não voltar, que eu deveria ter deix