— Você deve saber por que vim te procurar. — Disse Anselmo com aspereza.Leandro o encarou, o rosto impassível.
— Marília agora é minha esposa. Você não deveria mais se importar com ela.
— Sua esposa? — Anselmo repetiu as palavras com um sorriso sarcástico no canto dos lábios. — Pelo que me lembro, você é da mesma geração do tio Leovigildo. A Mimi devia te chamar de tio. Casar com a própria sobrinha não teme virar motivo de chacota por aí?
Leandro respondeu com indiferença:
— Você traiu a Mimi com a melhor amiga dela e não se importa com o que os outros pensam. Comparado a isso, nosso casamento foi legítimo e transparente, sem trapaças nem mentiras. Acho que as pessoas não vão nos ridicularizar.
O rosto de Anselmo ficou tenso. Diante da calma do outro, sua raiva transbordou.
— Leandro, a Mimi é minha. A pessoa que ela ama sou eu. Estamos juntos há dez anos. Você tem ideia do que isso significa? Fiz parte da metade da vida dela. Conheço toda a sua rotina, seus gostos, o que ela prefere c