O silêncio dentro do escritório de Dominic era denso, sufocante. A gravação recém-encontrada estava pausada no notebook sobre a mesa. Era um arquivo de áudio, oculto entre documentos antigos, protegido por uma senha que só alguém muito próximo teria acesso. Alguém como Cael.
Dominic e Isadora estavam lado a lado, fitando a tela como se ela pudesse, de repente, explodir em mil verdades.
— Está pronto? — Isadora perguntou, a voz tensa.
— Nunca estive menos preparado na vida — Dominic respondeu, pressionando o botão de play.
A gravação começou com ruídos de fundo: passos, uma cadeira sendo arrastada, uma respiração ofegante. Então, a voz de Cael, firme, mas estranhamente melancólica, ecoou pela sala.
— Se você está ouvindo isso, Dominic, é porque já descobriu. Não vou justificar o que fiz, porque não há desculpa boa o suficiente. Só quero que saiba que não foi só ganância. Foi também dor. Raiva. E um pouco de justiça, pelo que fizeram com a minha família…
Isadora trocou um olhar confuso