Depois que Scar saiu do quarto, os dois homens se encararam por um longo tempo. No fim, Silco soltou uma risada leve para quebrar o silêncio.
— Você tem coragem, garoto. — Ele puxou uma cadeira e encostou a bengala na cama, mantendo-a firme com a ponta reluzente do sapato.
— Você não é exatamente intimidante. — Retrucou Sebastian.
Silco riu, mas seus olhos estavam frios como gelo:
— Porque eu não deixei que eles te espancassem até a morte? Admito, essa ideia me passou pela cabeça. Mas acho que a velhice amolece até a alma mais endurecida.
Dessa vez, até Sebastian ergueu as sobrancelhas, surpreso. Aquele homem acabara de admitir o crime? Bem ali, na enfermaria do hospital?! Para ele, a vítima?! Sentiu-se mais desafiado do que indignado. Aquele homem achava mesmo que ele não seria capaz de alcançá-lo? O que lhe dava tanta confiança?
Os olhos de Sebastian pousaram na bengala, quase apontada em sua direção. A não ser que aquilo fosse uma arma.
— Infelizmente não. — Silco vinha obser