Uma foto de Marília jantando com Anselmo foi enviada de propósito para o celular de Leandro.Leandro estava prestes a dirigir de volta para casa quando viu a imagem no telefone e seus olhos se estreitaram imediatamente.Ele ligou para Miguel na mesma hora.— Quero que você investigue um número. Vou te mandar agora.— Claro, Presidente Leandro.Depois de desligar, ele voltou a olhar as fotos. Seus dedos longos e elegantes deslizavam pela tela, mas sua expressão foi ficando cada vez mais sombria."Ela está mesmo jantando com o Anselmo!"Leandro notou que Marília havia comido bastante, já que o prato dela estava quase vazio. "Com ele por perto, até o apetite melhora." Pensou.Ele foi passando as fotos uma a uma. Quando viu Anselmo segurando a mão de Marília e os dois agindo de forma íntima, como se estivessem sozinhos no restaurante, seu rosto ficou ainda mais fechado. Com raiva, jogou o celular de lado e saiu dirigindo....Marília voltou para a casa de Zélia. Parada na porta, sentia-se
— Por que você não pode morar aqui? Tenho um quarto sobrando...— Zélia, eu sei que você é muito boa comigo, mas você tem namorado. Eu não posso interferir no relacionamento de vocês.— Meu relacionamento com ele vai muito bem, e você não está interferindo em nada. Você não vai se mudar! Se insistir em se mudar, eu corto relações com você! — Zélia falou de forma categórica.Marília não sabia mais o que dizer.Leandro estava parado na porta da casa de Zélia e ficou esperando até meia-noite, mas ninguém saiu de lá de dentro.Frustrado e inquieto, ele afrouxou o colarinho da camisa, jogou o cigarro no chão e foi embora....Por causa da história de ir para o hotel, Zélia ficou chateada com Marília.As duas mal trocaram palavras pela manhã. Depois de tomarem café juntas, saíram de casa. Assim que Zélia pisou fora da porta, sentiu algo debaixo do pé. Quando olhou para baixo, ficou furiosa:— Maldição! Que tipo de gente mal-educada joga bitucas de cigarro na porta da minha casa?!Marília tam
Esposa?Neide olhou ao redor da loja. Hoje não havia outras clientes, apenas as quatro ali. E as quatro... todas solteiras! Ela estava prestes a perguntar se a pessoa não havia se confundido, quando viu Marília se aproximar: — O que você está fazendo aqui? — Perguntou ela. As outras duas, que estavam distraídas no celular, levantaram a cabeça ao ouvir isso. Neide olhou para Marília e depois para o homem alto e bonito que estava diante dela, surpresa: — Mimi, você se casou?Marília nunca havia contado às colegas que tinha se casado no civil. Ela assentiu levemente com a cabeça e, em seguida, disse friamente ao homem: — Vamos conversar lá fora. Ela deu o primeiro passo em direção à saída, e Leandro a seguiu. Quando estavam do lado de fora, Marília se virou e perguntou: — Você veio falar sobre o divórcio? Leandro franziu a testa e respondeu em um tom sério: — Não acho que tenhamos chegado a esse ponto. Marília soltou uma risada irônica, cheia de raiva: — Então
— Foi culpa minha.Nesse momento, a porta do camarote foi aberta por fora. Um garçom entrou, segurando um grande buquê de rosas. Marília viu o garçom entregar o buquê a Leandro. Leandro estendeu as flores para ela. Marília mordeu os lábios. — Foi ideia da Helena? — Não, foi do Miguel. — Leandro observava atentamente a expressão dela. — Ele disse que toda garota gosta de flores. Eu queria te agradar. Miguel era o assistente pessoal de Leandro. Ela sabia que Leandro jamais se lembraria, por conta própria, de lhe dar flores. — Você já deu flores para a Helena antes? — Não. — Leandro não era bobo, reagiu rapidamente e acrescentou. — É a primeira vez que dou flores para uma mulher. Ao ouvir que era a primeira vez, a expressão de Marília suavizou um pouco. Ela estendeu a mão, pegou o buquê e cheirou as flores. — Se você gostar, posso te dar flores todos os dias. Marília levantou os olhos e lançou um olhar para o homem; era óbvio que ela percebia a tentativa dele de ag
Marília repetiu novamente a palavra "divórcio".O rosto de Leandro escureceu, com seus olhos negros como tinta fixos nela.Marília o encarou, esperando uma resposta.Cinco segundos se passaram. Ou talvez dez. Então o homem disse:— Tá bom.Marília sorriu de leve:— Então você concorda com o divórcio?Os lábios finos de Leandro imediatamente se cerraram em uma linha reta, e sua expressão ficou ainda mais pesada:— De agora em diante, vou me afastar dela.Marília assentiu com a cabeça:— É bom que não esteja mentindo. Se estiver, eu juro que me divorcio de você. — Dito isso, ela se levantou.Depois que Leandro pagou a conta, a levou de volta ao trabalho, na Praça Internacional do Ouro.Marília deixou as flores no carro dele e subiu com quatro copos de café. Também havia comprado quatro pedaços de bolo.Assim que entrou na loja, Neide a interceptou:— Fala a verdade, quando foi que você casou?As outras duas colegas estavam fora, almoçando, então só Neide estava presente.Marília lhe entr
A mãe de Helena roubou o pai dela, então ela roubaria o homem de quem Helena gostava.Zélia entendeu o que ela queria dizer. Também conseguia compreender o ódio no coração de Marília. Se estivesse em seu lugar, provavelmente teria feito o mesmo. Sem dizer mais nada, ajudou Marília a arrumar as coisas e a acompanhou até a porta....Marília voltou para casa com Leandro. No caminho, os dois quase não trocaram palavras. Subiram as escadas em silêncio.Leandro levou a mala dela até o quarto e, em seguida, saiu.Marília percebeu que Leandro estava um pouco frio com ela. Certas coisas, quanto mais se pensa, mais o coração aperta. Marília só podia se forçar a não pensar demais.Como já não era cedo, ela colocou as flores no vaso e foi direto tomar banho. Deixaria para arrumar a bagagem no dia seguinte.Depois do banho, enrolada no roupão, Marília abriu a porta e saiu. Foi então que percebeu um homem sentado em sua cama.Leandro já tinha tomado banho.Marília olhou nos olhos dele. Certas coisa
Na manhã seguinte, quando Marília abriu os olhos, não havia mais ninguém ao seu lado. A cama já estava fria; ele devia ter saído há muito tempo.Ela permaneceu deitada por um bom tempo antes de se levantar. Ao abrir as cortinas, o sol lá fora já brilhava intensamente.Espreguiçou-se. Talvez por ter dormido bem, seu humor estava ótimo. Depois de se lavar no banheiro, pegou o celular para ver as horas. Já passava das dez.Ele devia ter ido trabalhar.Marília abriu a porta do quarto e saiu. Leandro estava entrando pela varanda, e os olhares dos dois se encontraram. Ela piscou, surpresa:— Você não foi trabalhar?— Estou de folga hoje.Era a primeira vez que Marília via Leandro tirar uma folga em um dia útil. Ela não perguntou mais nada, apenas assentiu com a cabeça.Leandro acrescentou:— Vamos tomar café da manhã.Na mesa havia uma garrafa térmica com o café ainda quente. O café da manhã estava impecável: leite, pão de queijo, bolo de milho, sanduíches, e, em outra térmica, ainda havia p
Marília sempre fora bonita desde pequena, chamando atenção onde quer que fosse. Quando apareceu vestida com um vestido de gala verde-claro estampado com borboletas de bambu, o barulho na sala privativa cessou de repente. Todos se reuniram ao seu redor, cheios de elogios. Marília olhou ao redor, mas não viu a pessoa que queria encontrar. Alguém percebeu seu olhar e brincou: — Está procurando o Anselmo? — Marília nem teve tempo de negar, e a pessoa continuou. — O Anselmo com certeza está preparando uma surpresa para você agora! — Surpresa? — Perguntou Marília, confusa. A outra pessoa respondeu com um olhar misterioso: — Você realmente ainda não sabe? Olhando para o rosto de Marília, brilhante e refinado, e para o vestido de gala que parecia ganhar vida com sua presença, todos sentiam uma admiração que aquecia o coração. A beleza dela era de uma sofisticação e harmonia quase poéticas. Apesar de uma pontada de inveja no fundo, todos mantinham uma expressão amigável. — Ac