O silêncio do corredor do hotel era quase sufocante. O som seco dos saltos de Hadassah ecoava como marteladas no mármore, um compasso arrogante que mascarava a tempestade que girava dentro dela.
Quando a porta do quarto se fechou atrás de si, a máscara de altivez cedeu por um instante. Ela largou a bolsa sobre a cama como quem desfere um golpe e tirou os sapatos com violência, sentindo os pés latejarem — não de dor física, mas de raiva.
O celular estava ali, carregando na mesinha lateral, como um convite. O número que procurava já estava memorizado em seus dedos.
O toque não chegou a completar a segunda chamada quando a voz de Malik deslizou pela linha, carregada de ironia.
— Finalmente resolveu me ligar. Pensei que ia desaparecer como da última vez.
Hadassah apertou o aparelho contra o ouvido.
— Não me provoque, Malik. Você sabe muito bem o que aconteceu e por quê.
Ele soltou um riso baixo, um som que sempre a irritou.
— Sei, claro que sei… Você perdeu tudo. Ou… trocou? Porque da últ