O elevador executivo raramente recebia visitantes sem registro prévio. O acesso ao 47º andar era restrito, protegido por dupla verificação digital e monitoramento constante. Mas, naquela manhã, um cartão especial — preto, sem identificação — deslizou pela leitora e foi aceito com um discreto bip verde.
Não era um cartão qualquer.
Hadassah o guardara como quem mantém uma arma carregada para o momento certo. Sabia que, mesmo com toda a segurança reforçada, aquele acesso era um passe livre.
As portas se fecharam, e a subida foi silenciosa. Ela conhecia cada detalhe da empresa: os turnos de segurança, os pontos cegos das câmeras, os nomes dos recepcionistas e até a ordem de suas pausas para café. Quando o elevador abriu no andar executivo, ela saiu com a mesma postura de quem sempre pertenceu ali.
A recepcionista a olhou, prestes a perguntar algo, mas Hadassah foi rápida:
— O sheik me autorizou a subir — afirmou com um sorriso controlado, sem desacelerar o passo.
Não houve tempo para con