O ar-condicionado da sala de admissão soprava com um zumbido constante quando Rana entrou na Al-Rashid Enterprises. Seus saltos baixos, o blazer bege e os cabelos presos em um coque polido a faziam parecer apenas mais uma funcionária eficiente. Mas por dentro, cada passo era um cálculo. Cada sorriso, um disfarce.

Foi recebida por uma secretária do RH, conduzia educadamente ao setor jurídico e apresentada como “a nova assistente administrativa do grupo de compliance”. No papel, era discreta. Na prática, era um dardo envenenado.

Isabela a observou de longe. Uma mulher de trinta e poucos anos, educada, com um olhar que se esforçava para parecer inofensivo. Mas os olhos... eles nunca mentiam.

Rana se instalou silenciosamente, oferecendo café aos colegas, organizando pastas, mostrando serviço. Em menos de duas horas, já conhecia os nomes dos principais analistas, os acessos internos e a rotatividade dos arquivos confidenciais. Discreta. Letal.

Ao final do expediente, quando o andar jurídic