Karen
Enquanto aguardava que Othon abrisse a porta, meu coração parecia querer escapar do meu peito de tão acelerado. Quando finalmente a porta se abriu, encontrei os olhos penetrantes dele, me encarando com frieza e uma pergunta no olhar.
— Senhorita Buarque… — disse Othon, em tom de constatação, sua voz soando impessoal.
Fiquei momentaneamente sem reação, meu rosto provavelmente revelando toda a surpresa que sentia diante da recepção gélida de Othon.
— Pois não? — perguntou ele, pressionando-me com seu olhar inquisidor.
Balancei um pouco a cabeça para reunir meus pensamentos. Decidi então adotar a mesma impessoalidade, respondendo:
— Preciso conversar com o senhor, Dr. Arraes.
Othon me olha com uma mistura de preocupação e cautela quando pergunta se prefiro conversar ali mesmo ou em outro lugar. Sua expressão diz tudo: ele está nervoso com a possibilidade de sermos vistos juntos. Respiro fundo antes de responder, consciente de que minha escolha pode aumentar ainda mais a tensão ent