Eram duas da manhã quando ela saiu e o Bugatti estava parado lá. O coração de Linda acelerou, não entendia muito de carro. Mas não era um carro que via com frequência.
Andou em direção contrária e o Bugatti logo parou a sua frente. - Oi Linda! Entra, vou te levar. - Não precisa se incomodar Sr Dominic. Dom desceu do carro e parou em seu caminho. - Está muito tarde, é perigoso andar sozinha a essa hora. - Estou acostumada. Meu ônibus passa daqui a pouco. - Estou certo que algo aconteceu mais cedo. E mais certo ainda que tem algo haver comigo ou com a San. - É impressão sua. Não ouve nada! - Sabe que posso descobrir fácil, fácil. O que ouve? Ela ficou em cólicas. Como dizer para ele os comentários maldosos dos colegas? - Deixa para lá. - Não sou homem de deixar para lá, vai me dizer ou terei que perguntar pessoalmente a eles? Linda olhou para o grupo que saiu e se sentiu impotente. Sabia que Sandy era bem de vida, As roupas e assessórios que usava não eram baratos. Mas nunca imaginou que era tão rica. E a postura de seu irmão era de um imperador. - Eles me viram descer do seu carro à tarde. Acham que arrumei um amante rico. Ela gaguejou cada palavra com os olhos voltados para o chão. Esperou que ele ficasse chateado e ao levantar a cabeça, o sorriso no rosto de Dominic a deixou confusa. - Então não vamos decepcionar eles. Se inclinou e capturou os lábios dela em um beijo suave. - O que está fazendo? - Dando munição para eles não dormirem essa noite. Entra no carro. Quero falar com você. Abriu a porta e a ajudou a entrar, como um perfeito cavalheiro. Deixou um leve inclinar de cabeça para os curiosos antes de entrar no carro e partir. Linda estava sem palavras e só lhe ocorreu agradecer pela carona. - Obrigada! - Foi um prazer sem igual! Eu agradeço por ser tão doce. Ela arregalou os olhos em choque. Ao olhar o leve sorriso em seus lábios, ficou muda. Depois de um tempo, perguntou: - Porque voltou? - Para te buscar. Uma mulher linda como você, não pode ficar andando sozinha a essa hora. Ela virou o rosto e se manteve olhando para fora. - O que queria me falar? Dom parou o carro em frente a escola, agora poucas luzes estavam acesas e ele não gostou de imaginar ela andando pelo prédio de dormitórios praticamente vazio. - Eu queria te ver de novo. Você não sai da minha cabeça desde a semana passada. O encolher dos lábios dela fazendo um O, o deixou encantado. Essa mulher mexia com ele. - Você é uma mulher muito bonita. Tenho certeza que não sou o primeiro a dizer isso. Como ela não respondeu e baixou os olhos. Ele levantou seu queixo com dois dedos olhando direto nos olhos dela. - Eu quero você. Por isso voltei, não ficou claro para você? - Eu... Os lábios dele caíram nos dela. Não foi como o primeiro beijo, foi profundo, molhado. A língua explorando cada canto de sua boca, causando sensações que ela nunca sentiu. Quando a soltou, Linda mal tinha fôlego. Dom a manteve em seus braços, o nariz em seus cabelos, absorvendo seu cheiro. - Melhor do que eu imaginava. Falou próximo ao ouvido dela. Enquanto ela tentava acalmar o coração disparado. - É melhor eu entrar agora. Já está muito tarde. Dom se sente um tanto frustrado. Ele deixou claro seu interesse e ela não disse nada. - Você ouviu o que eu disse? - Sim, eu ouvi. - Não me diz nada? Linda mordeu os lábios sem saber o que dizer. Isso deixou Dom louco. Ela não sabia o quanto estava provocante. - Eu não esperava que você aparecesse outra vez, também não imaginei que iria me beijar. Estou me adaptando a isso, nem sei se estou acordada ou sonhando. - Você tem o mesmo efeito sobre mim! Dom desceu e foi abrir a porta. - Obrigada pela carona. - Eu vou te acompanhar até lá. Está muito escuro e vazio aqui hoje. - Não precisa, eu estou acostumada a chegar tarde. - Mas eu não. Quero ver como anda o alojamento. Pegou a mão dela e se dirigiu para dentro sem dar chance de protestar. - Chegamos! Dom a puxou pela cintura e deu um beijo em seus lábios. - Aqui não, as pessoas podem ver. - E daí? Você está comprometida com alguém? Esse simples pensamento o deixou com ciúmes. - Não é isso. As pessoas falam demais. - Então abra e me convide para entrar. - Está tarde, melhor você ir. - Então vou te beijar aqui mesmo. Ela abriu a porta correndo com medo dele cumprir a ameaça. Entrou com Dom em seu encalço, e foi puxada para seus braços. Dom a beijou de uma forma que Linda quase perdeu o fôlego. Só não continuou porque ela já estava mole em seus braços. - Você tem que respirar durante o beijo ou vai acabar desmaiando. Ao ver ela ficar vermelha, se sente extremamente satisfeito. Claramente ela não era uma mulher experiente, o que o deixou encantado. Um livro em branco a ser escritório e ele seria o autor. - Me desculpa. - Eu vou te ensinar como fazer. Não tem que se desculpar. Envolveu ela em seus braços e se deliciou com o contato. Se ela não estivesse tão assustada, faria amor com ela nesse momento. Mas se obrigou a controlar seus ímpetos naturais e não queria deixar que ela se afastasse. - Me deixe ficar aqui com você. Falou baixinho em seu ouvido. Linda ficou rígida e ele logo completou. - Não vai acontecer nada. Só vou passar a noite, eu juro! - Porque? Ela realmente não entendia onde ele queria chegar. - Não vejo grande segurança aqui. Nos finais de semana os dormitórios ficam praticamente vazios. Não quero que minha mulher se arrisque. Ele realmente tinha o Dom de lhe tirar as palavras. - Não tem nenhum risco, moro aqui há três anos. E, eu não sou sua mulher. - Mas vai ser, não duvide disso! - Você é louco! - Está bem Linda, eu não quero te deixar. Eu quero muito fazer amor com você, mas não hoje. Quero que você confie em mim e se solte antes de acontecer.