Doce como Mel {9}

Olho para ele me sentindo nervosa e confusa. Muitas coisas estavam a passar pela minha cabeça, mas um pensamento se destacava. Se eu quisesse tomar banho nessa enorme piscina fechada eu teria que dividir o lugar com ele. Essa sala era enorme em largura, e a parede de trás é totalmente de vidro, dando uma visão para o mar e alguns prédios. Do outro lado da sala tinha uma porta parecida com a minha, de onde Benjamin saiu, o que me fez ter certeza de que essa sala ligava nossos quartos.

— Gostou dos cômodos? — Ele pergunta me distraindo dos meus devaneios.

Afago meus braços percebendo que a temperatura daqui é mais baixa do que deveria ser.

— Ah sim, eu não imaginava que era tão... chique. — Completo a linha de meus pensamentos quando uma dúvida surge pela minha cabeça. — Benjamin, como você conseguiu abrir aquela porta de primeira?

Ele se afasta do batente da porta olhando pra mim como se, se perguntasse se valeria a pena me falar ou não.

— Isso não é importante; — Ele suspira e então olha rapidamente para trás. — Eu tenho que ir a um lugar. Você não está ouvindo isso? Cristina parece estar lhe chamando. — Ele avisa e quase que no mesmo instante eu ouço algumas batidas na porta, acompanhada da voz de Cristina.

Suspiro me perguntando o motivo dela estar aqui tão cedo. Saio dali sem falar mais nada para Benjamin, ainda confusa, abro a porta com a palma da minha mão, e me deparo com Cristina com uma roupa diferente e um sorriso no rosto.

— Mel, você pode fazer uma coisa por mim hoje? — Ela pergunta e olha para trás com um sorriso. — Ben! Não sabia que estava aqui…

Olho para trás quando Benjamin acena para ela da enorme sala.

— O que eu posso fazer? — Pergunto e ela segura mais forte sua bolsa.

— Eu estava planejando sair para renovar nosso visual hoje, mas apareceu um imprevisto e eu não vou poder ir. Em contrapartida eu quero muito ver você com um visual novo antes de seu aniversário, então você pode ir com Benjamin? Eu tenho certeza que ele é uma ótima companhia.

Suas palavras me pegam de surpresa, o suficiente para eu desconfiar do motivo dela não poder fazer isso, e porquê tem que ser logo com Benjamin. Olho para Benjamin que está com seu quadril encostado no sofá, e as mãos no bolso de sua calça, com um sorriso divertido em seu rosto.

— Sem problemas para mim.

— Bom… Eu acho melhor esperar que você volte. E para onde está indo assim tão rapidamente?

A minha verdadeira curiosidade é saber como ela já trocou de roupa quando não estamos nem quinze minutos aqui desde que chegamos.

— É que tem algo urgente que eu preciso assinar. É meio em cima da hora, mas acredite, tudo vai ficar mais fácil quando eu resolver isso. Eu também preciso de permissão para abrir uma loja de floricultura aqui e exportar algumas plantas de cá para lá.

— Entendo. Mas você não precisa de ajuda? — Pergunto finalmente querendo ser útil, mas ela somente me lança um sorriso tranquilizador.

— Não por enquanto. Acredite, tem coisas que eu realmente vou precisar que você faça. Por ora eu quero que você aproveite o dia para renovar o seu visual. Nos falamos mais tarde. — Ela exclama empolgada e sai dali o mais rápido possível na direção do elevador.

Me viro na direção de Benjamin, me sentindo um pouco envergonhada por ter que passar mais tempo com ele. Ainda mais quando eu não sei se realmente sou um incômodo ou não. A ideia de ter que mudar o meu visual já não era das mais agradáveis, mas com a presença de Cristina eu não me incomodaria tanto.

— Você ouviu; — Benjamin se desencosta do sofá e veste a sua jaqueta de couro que estava estendida em seu braço. — Antes disso vamos passar na concessionária

— Benjamin… Você não acha melhor deixarmos isso para outro momento? Cristina pode me ajudar, sabe. — Murmuro tentando intervir, mas ele segura o meu braço e me puxa para fora do quarto, não me deixando opções a não ser segui-lo. — Eu posso ir sozinha. — Murmuro ironicamente quando adentramos o elevador e ele me lança um sorriso divertido.

— Você fica uma graça irritada, vou fazer isso mais vezes. — Ele ergue uma sobrancelha sorrindo de uma forma divertida e eu cruzo meus braços.

É visível a minha irritação. Tudo bem que ele podia ter me convencido de vir, mas não dessa forma. Ele simplesmente me agarrou! Coro com o pensamento. Parece que ele só faz as coisas agarrando as pessoas, como da última vez quando eu estava na cozinha e ele apareceu...

— Tudo bem? Você de repente ficou vermelha.

Desvio o meu olhar do seu o mais rápido que posso para não entregar a linha dos meus pensamentos. É… me parece que passar a tarde com ele será uma tarefa bem difícil.

Assim que saímos do prédio, Benjamin chama um táxi e como eu ainda estava chateada pela situação, eu fiquei calada durante todo o caminho, somente observando a movimentação e as pessoas interagindo entre si. Por conta do enorme fuso horário, já estava próximo ao meio-dia, e por mais que eu tenha comido algo no avião, o meu estômago já estava protestando. Sem falar no cansaço que o meu corpo demonstrava. Tudo o que eu queria neste momento era um prato de comida e uma cama confortável.

Logo chegamos na concessionária e Benjamin foi diretamente à um carro, que mesmo de onde eu estava chegava a ser mais do que impressionante. O carro se destacava dentre todos os outros. Eu não entendo muito de carros, mas assim que Benjamin pediu a minha opinião eu mesma poderia ser considerada uma expert sobre carros. Disse que ele era lindo, espetacular e que provavelmente não há carro mais lindo que esse.

Um homem de terno logo veio receber Benjamin, que logo assinou o contrato e pegou a chave do carro. Assim que o carro estava pronto, Benjamin abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar e eu só faltei cair para trás quando percebi que ele abria para cima, ao invés dos carros comuns.

Durante o caminho para a famosa loja onde ele iria me ajudar a renovar o meu visual, ele não parou de falar da sua "fantástica Mercedes". E por mais que eu não soubesse continuar o assunto, eu o escutei, percebendo como ele ficava animado em falar sobre isso.

Chegamos no que parecia ser uma loja de roupas, a diferença é que ela é bem maior e chique do que eu estava acostumada. Nem mesmo em filmes eu já tinha visto uma loja de roupas tão bem estilosa desde a decoração, até as roupas.

Assim que adentramos o lugar, todos os olhares foram direcionados na nossa direção, como dois famosos. A mão de Benjamin se encontra com a minha, e ele a segura, me lançando um olhar sério enquanto caminhamos pelo local.

— Buongiorno signore, posso aiutarla con qualcosa? — Uma mulher jovem com um vestido azul listrado e salto alto, aparece em nossa frente com o que parece ser o uniforme de todas que trabalham neste lugar. A mulher de cabelos lisos escuros é bastante alta e sua pele é tão branca quanto a minha, como se ela não tomasse sol algum.

Ela provavelmente falou italiano, mas eu não entendo nem metade do que ela disse.

— Certo, voglio comprare nuovi vestiti per la mia ragazza — Benjamin responde com bastante fluência, e eu olho para ele para que ele possa me dizer o que estão falando.

Ele somente me lança um sorriso tranquilizador. A mulher troca mais algumas palavras com Benjamin em italiano analisando meu corpo.

— Vuoi qualcosa di specifico? — Ela pergunta direcionando seu olhar para mim, mas é respondida por Benjamin diante de meu olhar confuso.

— Lei non parla italiano. Potresti portarci di più… — Ele se interrompe no meio da fala, me olhando como se algo passasse por sua cabeça. — Sexy.

Ergo uma sobrancelha e sinto minhas bochechas esquentarem. Eu entendi essa última palavra, mas não sei qual o contexto em que ela está sendo utilizada, e sinceramente, quanto mais eu penso nisso, mais aborrecida eu fico. Tudo bem que estou disposta a mudar o modo que eu me visto enquanto estiver aqui com eles. Mas não quero simplesmente me tornar uma pessoa a ponto de mim nem me reconhecer quando me olhar no espelho.

Ela murmura algo e Benjamin se aproxima do meu ouvido quando ela começa a se afastar.

— Ela disse para segui-la. — Ele avisa com um sorriso.

Devo admitir que estou um pouco assustada. Não quero pôr algo que me deixa muito exposta e desconfortável. Essa não é quem eu sou. Por isso que eu iria preferir estar na companhia de Cristina em um momento como esse, apesar de nenhuma das duas falarem italiano. Seria engraçado e vergonhoso, porém mais confortável. Lanço-lhe um sorriso fraco e vou na mesma direção que a mulher segue. Ela para várias vezes durante o caminho nos estandes de roupas, escolhendo algumas peças que eu sequer presto atenção. Vez ou outra ela encosta a roupa em mim, verificando se é do meu tamanho ou não. Durante todo o processo ela está com um sorriso de empolgação, e eu não a julgo. Benjamin transpira riqueza por onde passa, portanto se estivesse no lugar dela eu também estaria feliz por ter alguém como Benjamin de cliente.

Me pergunto como eles nos vêm. Quer dizer, eu sou baixinha, com um corpo não muito curvilíneo e sem usar chapinha no cabelo como a maioria usam. Eu sempre gostei do meu cabelo, mas eu acredito que isso não é nada dentro dos padrões de beleza para Benjamin.

A mulher me guia até uma enorme cabine para eu experimentar o amontoado de roupas que ela trouxe em seus braços. As quatro paredes da cabine são espelhadas, tem um sofá preto de couro em um canto, onde ela põe as roupas. Não há muita coisa além disso e uma pequena prateleira onde posso pôr as roupas que eu já tenha experimentado.

A mulher me encara por alguns segundos, um tanto quanto confusa. Benjamin provavelmente falou a ela que eu não falava italiano, caso contrário eu duvido muito que ele me deixaria sozinha.

— Parla inglese? — Ela pergunta e eu decifro que ela está a me perguntar se falo inglês. Eu não diria que sou fluente nisso, mas sei me comunicar com as pessoas, já que tive uma educação bastante rigorosa em relação a isso. Assinto e ela sorri. — Ótimo! Vou trazer o resto do que vai experimentar. Ah, e só mais uma coisa, Bem Hunter está logo aqui do lado, seria bom se ele pudesse ver o que está a vestir, já que o mesmo pediu por isso. — Ela fala em inglês e sai da cabine fechando a porta logo atrás dela.

Me olho no espelho respirando fundo. Não sei por onde começar e não estou nem um pouco afim de fazer. Porém se eu não o fizer, provavelmente jamais vou sair daqui.

Olho para aquele amontoado de roupas e mordo meu lábio, me sentindo frustrada.

É… Isso irá demorar.

Após experimentar inúmeras roupas, desde vestidos até calças, eu tive a certeza absoluta de que, o que Benjamin quis dizer naquela hora para a funcionária, era para ela escolher roupas sexys para mim. As calças eram comportadas e realçavam as curvas do meu corpo de modo nada vulgar, mas a maioria das blusas tinham um enorme decote, e uma parte eram brilhantes. Como se eu fosse vestir aquilo para uma balada ou coisa do tipo.

Após experimentar boa parte das roupas, eu decidi que não iria mostrar aquilo a Benjamin, até mesmo porque eu não preciso da aprovação dele em relação as minhas roupas.

Eu pus vários vestidos; justos, longos, decotados, brilhantes e até de festas. Tinha alguns que achei uma graça, e com certeza poderia usar, mas os outros eu sequer faria questão de levar comigo. Um em especial, tinha um enorme decote entre os meus seios, e as minhas costas ficavam abertas. Eu nunca tinha visto um vestido tão curto como aquele e só de pensar em usar aquilo, eu já sentia ânsia.

Um tempo depois, a mesma funcionária que me guiou até aqui, voltou com alguns sapatos, conjunto de lingerie e roupas de dormir. Confesso que me senti envergonhada só de imaginar de eu usar todas aquelas coisas, e como as minhas roupas são muito diferentes do que todas essas mulheres com classe estão acostumadas. Quer dizer, eu uso um pijama de flanela com uma estampa de bichinhos na minha blusa, enquanto essas camisolas chegam a ser transparentes. É realmente uma realidade muito diferente da que eu vivo.

— Coube em você? — A mulher pergunta aparecendo novamente na porta.

Eu me sobressaltei, pois estava pondo uma camisola de seda transparente.

Sinto todo o meu rosto esquentar, envergonhada por ela estar me vendo vestida com tão pouca roupa.

— Sim, coube, mas…

Iria dizer que aquelas roupas não me agradavam, porém ela me interrompeu com um sorriso animado.

— Ótimo! Irei empacotar essas roupas, mas não esqueça de olhar os sapatos. Seus pés são pequenos, portanto acho que todos irão caber.

Ela sai apressada, após pegar todas as roupas que eu já tinha experimentado, sem que eu possa opinar sobre elas ou a deter. Olho novamente para o espelho, vendo o meu reflexo usando aquele vestido vermelho de seda transparente, que mostrava o conjunto de lingerie que eu usava por baixo, que também cobria pouca coisa e estava enterrado entre meu bumbum. Tentei me olhar de diversos ângulos e eu estava em uma grande confusão mental por estar me achando muito bonita, e ao mesmo tempo problematizando esse tipo de vestimenta. A verdade é que eu estava me sentindo suja quando lembrei de todas as regras que o meu pai me impôs, e como mulheres que se vestem assim são vulgares. Então, é assim que as mulheres vulgares se sentem? Lindas?

Quase que no mesmo instante que esses pensamentos me atingem, eu vejo um movimento na porta da cabine através do espelho, e eu já ia chamar a atenção da funcionária, avisando a ela que todas aquelas roupas não seriam necessárias. Mas a pessoa que aparece ali me faz congelar no lugar, prendendo a minha respiração. Meu coração falha uma batida quando eu percebo a situação em que me encontro. Ele de repente parece surpreso, mas seu olhar não se desvia do meu corpo, muito pelo contrário, ele não deixa passar uma única parte enquanto me encara desacreditado com sua boca aberta.

Imediatamente tomo uma atitude e tento cobrir o meu corpo com a mão, o que não adianta muito, mas ainda assim, estou tão envergonhada que eu poderia nunca mais olhar na cara dele. Mas me viro na sua direção, mantendo a minha expressão mais irritada por ele somente ter entrado sem ao menos avisar que era ele.

— O que pensa que está fazendo?! — Exclamo tentando não elevar o meu tom de voz, mas isso é inevitável pois o mesmo está me vendo quase nua.

— É… — Ele limpa a garganta e um sorriso de canto começa a se desenhar em seus lábios. — Isso é ainda melhor do que eu pensava; — Ele murmura para si mesmo e eu não sei em quantos níveis eu poderia afirmar que estou constrangida. Primeiro porque ele está falando do meu corpo quase nu como se fosse algo normal, e segundo que… Como isso é melhor do que ele imaginava? Ele por acaso pensava nessas coisas? — Mas só vim ver o porquê dessa demora.

Ele se encontra no batente da porta, levantando o seu olhar até o meu reflexo atrás de mim, onde eu faço questão de cobrir o meu bumbum.

Eu estou me sentindo tão exposta… E esse olhar que ele tem em seu rosto… Eu não gosto nada disso. Na verdade isso me parece um absurdo, mas tento manter a minha calma interior e não ficar projetando a culpa inteiramente para mim. Foi eu que aceitei essa viagem, fui eu que me deixei levar pelas palavras de Cristina onde ela disse que Benjamin seria uma boa companhia. E agora ele está me olhando de uma forma que eu não quero ser olhada.

— Não vê que eu estou me trocando? — Pergunto entre os dentes, e ele sorri. — Saí daqui Benjamin!

— Tudo bem…vou lhe esperar do lado de fora.

Ele pisca para mim antes de sair da cabine com um sorriso em seu rosto. Caio sentada no sofá, enterrando a minha cabeça nas mãos, torcendo para que tudo o que eu esteja vivendo não passe de um pesadelo.

A funcionária continuou trazendo mais roupas, mas eu logo dei um basta assim que tirei aquela camisola. Eu já não aguentava mais ficar naquele lugar, com a memória do olhar de Benjamim sobre o meu corpo a me atormentar. Por isso somente esperei que ela empacotasse todas as peças que ela mesmo escolheu, e ainda saí com um vestido que tinha acabado de comprar, sem o medo de ser julgada pelo meu pai, já que o vestido era muito bonito e nada vulgar. Quando pensei que finalmente iríamos voltar para o Hotel onde eu poderia me jogar na cama e dormir até não aguentar mais, Benjamin fez o seu caminho até um salão de beleza. Eu sequer falei com ele, o ignorei a todo custo. Por isso assim que eu me sentei na poltrona do salão, com Enrico a fazer o meu cabelo, que por acaso falava português ou pelo menos tentava, e duas mulheres fazendo minhas unhas dos pés e mãos, eu pude distrair os meus pensamentos de Benjamin, que estava sentado atrás de mim mexendo em seu celular.

Toda vez que o nosso olhar se encontrava pelo reflexo do espelho a minha frente, eu fazia questão de desviar e mostrar que não estava contente. Mas as minhas bochechas vermelhas me entregaram.

Logo após Enrico terminar o meu cabelo, eu encarei o meu reflexo no espelho, admirada de que aquilo tinha me valorizado demais. Até mesmo o formato do meu rosto. O meu cabelo estava liso, o que é um pequeno contraste a como ele estava antes, e apesar de tudo, eu tinha gostado de me ver daquela forma. O tom do meu cabelo também estava diferente. Ele estava em uma tonalidade mais quente, e apesar de eu ter gostado, eu só podia rezar para que o meu pai não percebesse quando eu voltasse, pois o mesmo iria enlouquecer e seria capaz de raspar a minha cabeça.

— Está mui bela! — Enrico murmura ajeitando o meu cabelo sobre o ombro, já que o mesmo já alcançava metade das minhas costas.

Sorrio ainda me observando no espelho, sentindo a mesma sensação de estar bonita e valorizada brilhando em meu peito.

Benjamin surge em pé atrás de mim.

— Fez um ótimo trabalho, Enrico. Como sempre.

Benjamin estende a sua mão para mim, para que eu possa me levantar. No momento eu cheguei até a esquecer que estava brava com ele, e então segurei a sua mão, me levantando logo em seguida.

— Obrigada Enrico. Eu gostei, de verdade. — O agradeço observando as minhas unhas que estavam pintadas em uma tonalidade bege claro.

Eu nunca cheguei a pintar a minha unha, e por isso assim que eu a vi foi uma grande novidade para mim.

— Ela é diferente; — Enrico murmura encarando Benjamin e eu ergo a minha sobrancelha, que também estava feita. — Aliás, faz tempo desde que você esteve aqui.

Observo os dois me sentindo confusa. O que ele quis dizer comigo ser diferente? E pelo visto Benjamin frequenta esse salão? Mas com qual finalidade?

Benjamim limpa a garganta e estende a mão para o italiano.

— Conversamos sobre isso em um outro momento. Agora vou levá-la para comer alguma coisa, já que a mesma ainda não almoçou! — Benjamin diz e os dois se despedem.

Assim que saímos de lá, Benjamin me entrega o seu casaco e voltamos para o carro, onde ele começa a dirigir. Eu espero de verdade que ele esteja planejando nos levar de voltar para o hotel, já que lá tem a ala se restaurante, e eu não estou a fim de ficar sozinha sem falar absolutamente para ele. O caminho de carro é feito em completo silêncio. Vez ou outra eu percebia o seu olhar sobre mim, mas eu resolvi ignorar em todas as vezes. Eu nem mesma sei como encarar esse tipo de situação desde quando aceitei essa viagem. Aconteceu tantas coisas desde que resolvi vir com eles. Eu ter dado o meu primeiro beijo na cozinha, nós dois termos dormido juntos e agora ele ter me visto com aquela roupa tão indecente. Só de lembrar eu fico envergonhada.

Benjamin para o carro em frente a um lugar com um letreiro discreto, que muito se parece com um restaurante. Olho para ele em busca de respostas, já que eu gostaria que voltássemos para o hotel. Seu olhar não demonstra muita coisa, mas ele continua olhando para frente, com sua mão no volante do carro.

— Você não é a primeira mulher que eu vejo com aquele tipo de roupa; — Ele murmura, claramente após perceber o meu incômodo, mas somente volto a olhar através da janela, não querendo ter essa conversa. — Mel, não adianta tentar me ignorar, não é como se eu tivesse visto uma coisa de outro mundo.

— É o meu corpo. Você não tem o direito de olhar daquela forma, nem ter se referido daquele jeito. — Respondo já me sentindo irritada, sem sequer olhar para ele.

— Bom, e o que você quer que eu faça? Que eu apague a imagem da minha mente? Ou só que eu finja que ele não me atraí?

Sinto meu coração errar uma batida com as suas palavras, mas quando eu volto o meu olhar na sua direção ele já está saindo do carro, parecendo chateado enquanto eu sinto todo o meu rosto corar. A sua afirmação não poderia ter me pegado mais de surpresa do que me pegou agora, por isso quando vejo ele se dirigir ao restaurante eu fico ali sem reação.

— Droga…

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