POV do Calvin
A cobertura parecia maior agora, mais vazia. Era estranho como o silêncio podia ocupar tanto espaço, preenchendo cada canto e ampliando a ausência das coisas das quais eu nem sabia que dependia.
As risadas de Stevie ecoavam ali, nítidas e sem filtro, quicando sobre o chão de mármore como se sempre tivessem pertencido àquele lugar. Agora, restava somente o zumbido da geladeira e o estalo ocasional dos móveis se ajustando.
As coisas dela desapareceram. Ela não demorou a fazer as malas — não que precisasse de muita coisa. Ela era eficiente assim — prática até demais quando decidia ser. Passei pelo sofá onde ela se espalhava com o laptop no colo, editando fotos com uma concentração tão intensa que parecia não existir mais nada ao redor.
Tentei trabalhar, mergulhando em e-mails e projeções trimestrais. Mas minha mente continuava a divagar. As palavras de Stevie se repetiam na minha cabeça como uma música ruim presa no modo repetição:
— Diz-me onde estamos, Calvin.
E eu não dis