Ponto de vista da Stevie
O zumbido suave do sistema de ventilação da cobertura estava me irritando mais do que o normal naquele dia. Ou talvez fosse só a minha inquietação que deixava tudo mais evidente, o som do meu pé batendo no chão, o tique-taque quase inaudível de um relógio absurdamente caro que o Calvin jurava ser "decorativo".
Ficava passando o dedo pela tela do celular, sem nem prestar atenção de verdade, só tentando não entrar em parafuso. Aí o Calvin entrou, carregando uma caixa como se fosse o Papai Noel.
— O que é isso? — Perguntei, olhando para ele com desconfiança.
— Um projeto. — Respondeu ele, colocando a caixa na mesa de centro.
— Um projeto? — Repeti. — Você fala como se fosse tirar tinta guache da mochila.
Ele deu aquele sorriso convencido.
— Não exatamente. Mas acho que você vai gostar.
Aquele era o problema com o Calvin. Ele era irritantemente confiante. E aquilo conseguia ser ao mesmo tempo frustrante e... Intrigante. Ele abriu a caixa e revelou...
Livros. Um mon