— Lana!— Srta. Alana, olá.Luiza e Roberto cumprimentaram Alana enquanto Ayla, sem perder tempo, segurou Alana pela mão e a empurrou direto para o banco do carona no carro de Murilo. Ayla, por outro lado, entrou correndo no carro de Roberto.Enquanto os carros seguiam pela estrada, Roberto acelerou e passou na frente, com Ayla abaixando o vidro para acenar em direção a Alana.— Alana! Não queremos atrapalhar o momento de vocês dois! — Gritou Ayla, rindo.Luiza se juntou à brincadeira e gritou também:— Eu só fiquei sabendo disso agora! Como você não me contou? Nunca vou te perdoar!Alana balançou a cabeça, rindo sem acreditar. Luiza já tinha enviado dezenas de mensagens para ela, todas cheias de reclamações:[Alana, você me trocou por um homem!][Você está com o Sr. Murilo e não me contou? Você está perdida comigo!][Eu sou de escorpião! Eu guardo rancor para sempre!][Da última vez você se machucou e não me contou, agora também me esconde isso? Estou de mal com você por um dia inteir
Alana recolhia diferentes tipos de frutos do mar: estrelas-do-mar, caranguejos e até mesmo búzios. Murilo caminhava até ela segurando o balde com uma mão. Quando parou à sua frente, abriu os lábios de forma calma e disse:— Estenda a mão.— O quê? — Alana olhou para ele, confusa.— Estenda a mão. — Murilo repetiu.Alana levantou a mão com hesitação, pronta para recolhê-la a qualquer momento. Murilo fechou o punho e o colocou sobre a palma dela. Algo frio caiu na sua mão. Era uma concha.— Achei. — Disse Murilo.Alana olhou para a concha. Era um pequeno exemplar com ondulações em rosa pastel.— É bonita. — Respondeu ela, colocando a concha no bolso.Não muito longe, Ayla observava a cena. De longe, ela via Murilo e Alana juntos. Os dois estavam na beira do mar, com o céu tingido pelas luzes alaranjadas do pôr do sol que banhavam os dois em um tom quente. Ayla então se lembrou de várias cenas românticas descritas nos livros que já havia lido. Tudo parecia exatamente como o que estava à s
Murilo ficou em silêncio por um momento, mas seu olhar era sério como nunca antes:— Lana, eu não me importo. Você sabe que isso não faz diferença para mim.Alana continuou:— Não estou chateada por causa da Telma. O problema é que o mundo carrega uma enorme maldade contra as mulheres. Ontem, no casamento, a primeira reação de todo mundo quando me viu foi me rotular como "a ex-esposa de Diego". Para eles, a minha presença automaticamente significava que eu estava lá para causar problemas, para estragar tudo. Mas ninguém se lembrou que o protagonista daquele casamento era o Diego. Ninguém o chamou de "o ex-marido da Alana". Baseados apenas em preconceitos e estereótipos, eles jogaram toda a sujeira em cima de mim, sem sequer pensarem duas vezes.Murilo a puxou para seus braços, envolvendo-a num abraço firme:— Lana, eu vou te proteger.— Eu sei. — Respondeu Alana, com um olhar mais suave.Murilo era o único que não apenas dizia que a protegeria, mas também demonstrava isso com ações.—
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de
Sob o olhar atônito de Isadora, Alana segurou a mala com firmeza e saiu sem olhar para trás.Assim que deixou os Arruda, avistou Luiza abaixando o vidro do carro. Ela inclinou a cabeça para fora e, com um sorriso radiante, mandou-lhe um beijo no ar:— Amor, entra logo no carro! Hoje você vai comemorar comigo.Embora tivesse falado em comemoração, Luiza sabia bem que o coração de Alana ainda estava pesado por causa do divórcio. Por isso, resolveu levá-la a um restaurante com temática musical, onde pudessem conversar e descontrair. Ao descobrir o motivo da separação, Luiza não conseguiu conter a indignação:— Foi por causa da Telma de novo? Mas que coisa absurda! O que o Diego viu nela, afinal?Alana mexia lentamente o café com a colher, a voz saindo preguiçosa:— Não sei…Alana nunca chegou a conhecer Telma, a mulher que parecia ser a eterna "primeira-amor" no coração de Diego. Quando Telma foi para o exterior, Alana ainda não fazia parte da vida dele. Tudo o que sabia vinha de rumores:
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.Diego franziu as sobrancelhas:— Que tal eu esperar você aqui em baixo?Alana interrompeu-o com um sorriso leve:— Não precisa. Eu vou sozinha.Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:— Está com tanta pressa assim?Alana assen
Diego estava perdido em seus pensamentos quando sentiu um toque suave e quente em sua mão. Virou a cabeça e viu Telma olhando para ele com preocupação:— Diego, está com dor no estômago? Quer que eu pegue um pouco de sopa para você?Ele balançou a cabeça, recusando.Enquanto isso, Alana terminava de cumprimentar Dario. Sem demonstrar emoção, puxou a cadeira e se sentou à mesa, completamente alheia à interação entre Diego e Telma. Dario, por outro lado, deixou escapar um resmungo de desprezo.Os jantares na família Arruda sempre seguiam a etiqueta rígida de silêncio à mesa. Alana, sem muito apetite, apenas acompanhou Dario e comeu um pouco para não parecer desrespeitosa.Quando a refeição terminou, Dario segurou a mão dela e disse:— Eu já soube de tudo entre você e o Diego, Alana. Não se preocupe, para a família Arruda, você é e sempre será a única nora legítima.Dario lançou um olhar cortante para Diego e Telma, cujas expressões ficaram tensas. Aproveitando o momento, disparou com sar