Alana sabia exatamente o quão grave era a situação de Isadora. Diego havia enviado pessoas para cuidar da irmã, enquanto Murilo garantiu que Isadora fosse tratada como uma paciente comum no hospital psiquiátrico.Enquanto Alana trabalhava em seu escritório, um entregador chegou com um pacote. Ela ficou intrigada quando ouviu o entregador chamá-la pelo nome. Sem entender, ela pegou o pacote. Quando o abriu, encontrou uma foto. Era uma imagem tirada na noite anterior, enquanto ela dormia. Na foto, ela estava deitada na cama, dormindo profundamente, com uma das mãos mexendo nos próprios cabelos. Seu rosto corou imediatamente. Alana colocou a foto rapidamente na gaveta. Logo depois, seu celular apitou com uma nova mensagem. Era de Murilo:[Recebeu?]Ela respondeu:[Sim. Por que enviou por entrega? Poderíamos nos ver depois do trabalho.][Não consegui esperar.]Alana sentiu o coração aquecer. Eles pareciam adolescentes apaixonados, agindo de maneira infantil, mas sentindo-se tão felizes.
— Desculpe-me por seu ferimento. — A voz de Murilo soou baixa e carregada de emoção.As nuvens escuras no céu explodiram em uma luz ofuscante, seguida por trovões estrondosos. Alana deu um leve sobressalto, agarrando-se ao peito dele. Ela sempre teve medo de dias chuvosos e, principalmente, de trovões.Murilo a envolveu em seus braços, segurando sua cintura com firmeza enquanto acariciava seus cabelos com a outra mão. Alana não percebeu a culpa e o leve pânico que passaram pelos olhos dele.Ela sentiu o cheiro que vinha do peito de Murilo, um aroma que lhe transmitia segurança. "Ele provavelmente está se desculpando por não ter chegado mais cedo na minha vida", pensou Alana, enquanto se aconchegava ainda mais.Na manhã seguinte, o sol brilhava intensamente, como se a chuva da noite passada nunca tivesse existido. Alana abriu seus olhos cor de âmbar e percebeu que Murilo já havia saído. Ao tocar no travesseiro ao lado, sentiu que ele devia ter partido há algum tempo. Ela se levantou,
A garota não disse nada, apenas assentiu com a cabeça de forma pesada.Quando Alana terminou o expediente, recebeu outra ligação de Diego, mas decidiu ignorar e desligou na hora.Ela saiu do escritório e começou a caminhar em direção ao apartamento. Ayla e Murilo já tinham saído mais cedo para participar do leilão. A universidade ficava perto do apartamento, então Alana decidiu ir a pé, já que não levaria muito tempo.No entanto, assim que chegou à entrada do prédio, um carro parou bem à sua frente. A janela foi abaixada, revelando Telma no banco do motorista, que gritou com urgência:— Srta. Alana, o Sr. Dario desmaiou!As pupilas de Alana se contraíram:— O quê?— Entre no carro, rápido!Sem hesitar, Alana entrou no carro de Telma. Talvez todas as ligações de Diego mais cedo fossem sobre isso, mas ela não havia dado atenção.Quando chegaram ao hospital, Diego estava encostado no batente da porta do quarto. Enfermeiras iam e vinham, aplicando medicamentos em Dario.Alana franziu levem
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de
Sob o olhar atônito de Isadora, Alana segurou a mala com firmeza e saiu sem olhar para trás.Assim que deixou os Arruda, avistou Luiza abaixando o vidro do carro. Ela inclinou a cabeça para fora e, com um sorriso radiante, mandou-lhe um beijo no ar:— Amor, entra logo no carro! Hoje você vai comemorar comigo.Embora tivesse falado em comemoração, Luiza sabia bem que o coração de Alana ainda estava pesado por causa do divórcio. Por isso, resolveu levá-la a um restaurante com temática musical, onde pudessem conversar e descontrair. Ao descobrir o motivo da separação, Luiza não conseguiu conter a indignação:— Foi por causa da Telma de novo? Mas que coisa absurda! O que o Diego viu nela, afinal?Alana mexia lentamente o café com a colher, a voz saindo preguiçosa:— Não sei…Alana nunca chegou a conhecer Telma, a mulher que parecia ser a eterna "primeira-amor" no coração de Diego. Quando Telma foi para o exterior, Alana ainda não fazia parte da vida dele. Tudo o que sabia vinha de rumores:
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.Diego franziu as sobrancelhas:— Que tal eu esperar você aqui em baixo?Alana interrompeu-o com um sorriso leve:— Não precisa. Eu vou sozinha.Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:— Está com tanta pressa assim?Alana assen
Diego estava perdido em seus pensamentos quando sentiu um toque suave e quente em sua mão. Virou a cabeça e viu Telma olhando para ele com preocupação:— Diego, está com dor no estômago? Quer que eu pegue um pouco de sopa para você?Ele balançou a cabeça, recusando.Enquanto isso, Alana terminava de cumprimentar Dario. Sem demonstrar emoção, puxou a cadeira e se sentou à mesa, completamente alheia à interação entre Diego e Telma. Dario, por outro lado, deixou escapar um resmungo de desprezo.Os jantares na família Arruda sempre seguiam a etiqueta rígida de silêncio à mesa. Alana, sem muito apetite, apenas acompanhou Dario e comeu um pouco para não parecer desrespeitosa.Quando a refeição terminou, Dario segurou a mão dela e disse:— Eu já soube de tudo entre você e o Diego, Alana. Não se preocupe, para a família Arruda, você é e sempre será a única nora legítima.Dario lançou um olhar cortante para Diego e Telma, cujas expressões ficaram tensas. Aproveitando o momento, disparou com sar