— Ela? Ela está muito bem! Tem gente cuidando dela, não vai morrer. — Disse Vanessa, com um tom frio e sombrio.Os olhos de Alana estavam cheios de preocupação. Ayla já tinha traumas psicológicos e era extremamente sensível a estímulos. Agora, em uma situação de sequestro, havia grandes chances de ela ter uma crise.— Ayla tem problemas psicológicos. Ela não pode passar por situações de estresse. Me leve até ela. Se eu vê-la bem, eu escrevo o que você quer!Alana tentou falar em um tom mais calmo, percebendo que Vanessa estava à beira de um colapso emocional. Era evidente que o problema com a dissertação tinha abalado profundamente Vanessa, levando-a a tomar atitudes tão extremas.Alana tentou novamente, suavizando ainda mais as palavras:— Professora Vanessa, não se esqueça de que, antes de ser expulsa, você também era uma professora. Você ensinou na Universidade Turman por muitos anos. Ayla foi sua aluna. O papel de um professor deveria ser o de proteger seus alunos, não o contrário.
Murilo não parecia nada bem. Ele perguntou, com urgência: — Você está bem? — Eu estou ótima, irmão. Estava tirando fotos. O que aconteceu? — Disse Ayla, visivelmente preocupada. Murilo respirou fundo, tentando se acalmar:— É a Alana. Ela foi te salvar.— Me salvar? O que você quer dizer com isso? — Ayla arregalou os olhos, confusa. Murilo rapidamente abriu a porta do carro:— Não temos tempo. Entre no carro, eu explico tudo no caminho! Ayla entrou no veículo imediatamente. Já no carro, Murilo explicou toda a situação.— O quê? Como isso é possível? Meu celular estava sem bateria, eu nem atendi nenhuma ligação! — Disse Ayla, chocada, enquanto procurava o aparelho na bolsa. No banco do passageiro, o assistente de Murilo estava focado em rastrear as informações da placa do carro.Murilo apertava o volante com força. Naquela tarde, ele estava em uma reunião quando recebeu uma ligação de Alana. No entanto, ao atender, ela não dizia nada. Ele insistiu várias vezes, mas ninguém r
Nesse momento, Alana pulou para uma plataforma entre o segundo andar e o chão.Ela saltou da plataforma e correu em direção à saída principal, conseguindo escapar do prédio.Vanessa rapidamente entrou em seu carro e começou a persegui-la, mas Alana desviou para lugares onde era difícil dirigir. Após um tempo, finalmente conseguiu despistar Vanessa.Mesmo assim, ela não ousou pegar uma estrada principal, temendo ser encontrada novamente. Alana continuou correndo por uma trilha estreita, mas já estava exausta. Seus pés estavam feridos e cheios de bolhas, e sem um celular, ela já corria há quase uma hora sem encontrar ninguém.Um estrondo de trovão ecoou pelo céu. Alana não fazia ideia de onde estava. Tudo o que via ao seu redor era um campo aberto, sem nenhum lugar para se abrigar da chuva.Ela continuou correndo o máximo que podia, mas logo sentiu as primeiras gotas de chuva caindo sobre sua cabeça, molhando seus cabelos. Em pouco tempo, sua roupa estava completamente encharcada. Um fri
Murilo observava Alana, que estava deitada na cama do hospital, tomando calmamente a sopa de abóbora. Na sua mente, a imagem dela desmaiada sob a chuva forte continuava a aparecer. Ele se lembrava de como ela caíra na tempestade, e isso fazia seu coração se encher de um vazio insuportável.Murilo caminhou silenciosamente até a janela e olhou para o gramado verde atrás do hospital, onde algumas flores começavam a desabrochar. Os botões estavam fechados, mas prestes a se abrir.Enquanto observava, ele viu um paciente agindo de forma suspeita, aproximando-se do gramado. O homem estendeu a mão e arrancou o caule de uma das flores. O coração de Murilo deu um salto, e sua expressão ficou sombria. Naquele instante, imagens sombrias invadiram sua mente. Ele visualizou uma garota ensanguentada caída em uma poça de sangue, enquanto outra jovem chorava desesperadamente antes de desmaiar. A cena era tão vívida que fez suas pernas fraquejarem. Ele precisou se apoiar na parede com uma das mãos, en
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de
Sob o olhar atônito de Isadora, Alana segurou a mala com firmeza e saiu sem olhar para trás.Assim que deixou os Arruda, avistou Luiza abaixando o vidro do carro. Ela inclinou a cabeça para fora e, com um sorriso radiante, mandou-lhe um beijo no ar:— Amor, entra logo no carro! Hoje você vai comemorar comigo.Embora tivesse falado em comemoração, Luiza sabia bem que o coração de Alana ainda estava pesado por causa do divórcio. Por isso, resolveu levá-la a um restaurante com temática musical, onde pudessem conversar e descontrair. Ao descobrir o motivo da separação, Luiza não conseguiu conter a indignação:— Foi por causa da Telma de novo? Mas que coisa absurda! O que o Diego viu nela, afinal?Alana mexia lentamente o café com a colher, a voz saindo preguiçosa:— Não sei…Alana nunca chegou a conhecer Telma, a mulher que parecia ser a eterna "primeira-amor" no coração de Diego. Quando Telma foi para o exterior, Alana ainda não fazia parte da vida dele. Tudo o que sabia vinha de rumores:
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.Diego franziu as sobrancelhas:— Que tal eu esperar você aqui em baixo?Alana interrompeu-o com um sorriso leve:— Não precisa. Eu vou sozinha.Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:— Está com tanta pressa assim?Alana assen