Lucas ligou no meio da noite. Afonso já estava em sono profundo. Kira, por outro lado, ainda não tinha conseguido dormir; virava de um lado para o outro, inquieta. Quando ouviu o zumbido do celular no silêncio, tomou um susto.
O celular de Afonso estava carregando em cima do móvel da sala. Ela levantou-se rapidamente, vestiu um casaco e foi até o telefone. No visor, apareceu o nome: Lucas.
Ao ver aquilo, foi como se tivesse tocado em ferro quente; deixou o celular cair no chão. O aparelho bateu no assoalho de madeira, sem danos, e continuou a tocar.
Kira rapidamente o pegou do chão, indecisa se deveria desligar ou ignorar a chamada. Desligá-lo parecia atitude suspeita, e deixá-lo tocando, irresponsável. Após hesitar por alguns segundos, decidiu atender.
A voz fria de Lucas atravessou o telefone:
— Mestre Afonso, o que aconteceu com Camila hoje no Pavilhão Antiga?
Kira fez uma pausa, organizando as palavras com cuidado. Respondeu suavemente:
— Ah, Lucas! Afonso já está dormindo há horas