Nuno expressou-se com um tom desdenhoso.
Afonso ficou imediatamente irritado com aquele desdém. Ele bateu com força na mesa e exclamou:
— De qualquer maneira, a Camila agora é minha aluna, e com uma discípula tão talentosa assim, eu me orgulho, me sinto realizado!
Camila não pôde evitar e soltou uma risada. Não imaginava que Afonso fosse desse jeito. Ele era extrovertido, extravagante, enérgico, um verdadeiro “velho moleque”, bem diferente do seu avô materno, que sempre foi discreto, reservado e bastante sério.
Camila então pegou um vaso inglês do período Elizabethano das mãos do terceiro funcionário. Nem precisou observar com atenção. Ela apontou para o desenho na superfície e disse:
— A tinta usada aqui é de pigmentos modernos.
Ela virou o vaso para examinar o fundo:
— A inscrição na base é muito mecânica, claramente impressa.
O olhar de Nuno mudou. Não havia mais desprezo ou desconfiança. Agora, havia admiração.
Camila recebeu das mãos do quarto funcionário um pequen