Simon Duarte
Romeu chegou no horário, como sempre. Camisa preta, calça de alfaiataria, o cabelo preso num coque baixo. Elegante, discreto, um homem que carrega dignidade até no silêncio. Mas, naquele dia, havia algo diferente em seu olhar. Não era só firmeza, era também um peso, uma dúvida, uma tristeza que ele não fazia questão de esconder.
Ele entrou no meu apartamento e ficou parado na porta, como se não soubesse se deveria avançar. Eu o convidei para entrar com um gesto, e ele se sentou à minha frente, mantendo uma distância respeitosa, mas carregada de tudo o que não estava sendo dito.
— Você disse que queria conversar — ele falou, direto, sem rodeios.
— Quero. Preciso ser honesto com você.
— É sobre o Noah? Você já está certo do que quer?
Assenti, sentindo o coração apertar. Romeu não desviou o olhar. Ficou ali, parado, esperando que eu dissesse o que precisava ser dito. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas.
— A gente se reencontrou. E... — Minha voz vacil