Helena fechou os olhos e sorriu baixinho:
— Você não lembra?
A mulher se virou e acariciou os lábios de Bruno com delicadeza, os dedos finos pressionando suavemente, deslizando lentamente. Seus olhos, claros como água límpida, não desviavam do olhar de Bruno. A sugestão era velada, mas muito óbvia.
Nenhum homem conseguiria resistir. Mesmo com a amnésia, o instinto de Bruno permanecia intacto. Ele segurou seu pulso delicado e, com os olhos negros profundos, murmurou com a voz baixa e rouca:
— Não dá para imaginar que a Presidente Helena tenha gostos tão... Específicos.
Eles se olharam, e ambos sabiam o que o outro pensava.
Helena, de repente, cansou de fingir. Ela sorriu e perguntou:
— Você descobriu?
Bruno continuava com o olhar profundo.
Helena se apoiou na penteadeira e, sem mais fingimentos, falou:
— Sim, nós nos divorciamos! E, como você imaginou, não éramos um casal apaixonado. No começo éramos parceiros, e passamos por muita coisa no meio do caminho. — Havia um toque de amargura