O corpo de Bruno ficou rígido.
Atrás dele, os sussurros chorosos de Melissa, suaves e envolventes, aos poucos queimavam seu coração:
— Bruno, a vida em Genebra é tão solitária. Eu ficava na varanda do quarto do hospital e só conseguia ver o céu, e aquela igreja. Todos os dias eu ouvia o som das pombas sobrevoando a igreja, aquele bater de asas, e então eu sabia que era de manhã. Quando elas voltavam, era sinal de que a noite havia chegado. Dia após dia, mês após mês, ano após ano... Antes, ao menos uma vez por mês eu esperava você chegar. Eu guardava um mês inteiro de coisas para te contar. Você não fazia ideia de como eu era feliz naquela época... Mesmo que no seu coração só houvesse espaço para negócios e para o futuro do Grupo Glory.
Melissa fungou e continuou:
— Mas eu te entendia! Só que, depois, você parou de vir, porque sua esposa não gostava. Bruno, a Camila morreu, ela não está mais aqui! E se não acharem um doador de rim... Talvez eu também morra em breve. Bruno, eu quero fi