Os olhos de Helena se encheram de lágrimas, ser infértil sempre foi uma dor em seu coração.
O clima ambíguo entre eles se dissipou.
Bruno, com a ponta do nariz tocando a dela, falou com a voz um pouco mais grave:
— Ainda nem aconteceu nada, e já está chorando?
Helena o empurrou e se sentou, pegando o elástico para prender novamente o cabelo em um coque baixo. Ao levantar os fios com os dedos finos e brancos, revelou a nuca delicada, com linhas suaves, o que fez Bruno se lembrar do passado.
Quando a paixão era forte, ele mordia exatamente aquela parte macia e exigia que ela chamasse seu nome.
Bruno, passando os dedos longos de forma distraída no cachorro, sorriu com desdém:
— Veio mesmo buscar o cachorro ou foi por causa do Manuel?
Mas não esperou pela resposta. Apertou o telefone interno ao lado e pediu à empregada que servisse a refeição.
Depois que desligou, olhou para Helena, sua voz retomando a suavidade habitual:
— Já fazem três meses desde que realmente nos vimos. Vamos jantar ju