Bruno, no entanto, não queria deixar Helena ir.
Helena estava em pedaços, e ela retrucou a Bruno:
— Um tapa, meia vida da vovó, metade da audição do Manuel. Bruno, você acha mesmo que eu ainda olharia para trás? Você sempre me procura quando tem problemas e me chuta para longe quando tudo vai bem. Quando eu mais precisei de você, você nunca estava. O pouco de amor que você tem por mim sempre foi uma esmola calculada, baseada em custo-benefício. Bruno, por que eu ainda deveria querer você?
Ele não conseguiu rebater, porque tudo que Helena disse era verdade. Ele sempre a decepcionava, sempre a feria, mas agora ele estava disposto a reparar seus erros.
Bruno, que sempre fora cheio de orgulho, falou com humildade pela primeira vez:
— Se eu curar a audição da orelha esquerda do Manuel, se eu te tratar bem... Você voltaria para mim?
— Voltar para você? — Helena se virou lentamente, com uma tristeza profunda no olhar. — Para continuar sendo ferida por você? Ferida pela sua amante? Bruno, nós