Isabella Duarte Ricci
A casa estava silenciosa quando entrei. Apenas o som dos meus próprios passos ecoava pelo chão frio, misturado ao leve zumbido do vento que entrava pela janela da sala. Minha cabeça estava um caos. As palavras de Dimitri ainda ressoavam dentro de mim como um eco insistente, e meu coração parecia dividido entre a razão e o desejo.
Sem pensar muito, segui para a cozinha. Minha garganta estava seca, e talvez a água aliviasse a tensão que queimava dentro de mim. Mas, ao entrar no ambiente iluminado apenas pela luz da geladeira, vi que não estava sozinha.
Ares, meu tio, estava ali, sentado à mesa com um copo de café nas mãos. Ele me observou por um instante antes de quebrar o silêncio:
— Você está bem?
Eu queria dizer que sim. Queria afirmar que tudo estava sob controle, mas não podia mentir para Ares. Ele sempre foi a pessoa que enxergava através de mim, que conseguia ver minhas dores mesmo quando eu tentava escondê-las.
Soltei um suspiro pesado e apoiei as mã